Desafios da empresa do futuro do Nordeste

A região Nordeste é uma das que mais concentra empresas familiares, ou seja, possui uma estrutura de gestão tradicional que é passada de pai para filho. Com a pandemia da covid-19, muitas dessas organizações de pequeno e médio portes foram obrigadas a buscar formas de se reinventar para poder enfrentar a pandemia e se manter no mercado, outras, até mesmo, fecharam as portas. Diante desse cenário, fica o desafio delas aproveitarem esse momento e transformarem o modelo de negócio.

Como a maioria delas não tem uma estrutura avançada na cadeia de comando, trata-se de uma mudança que precisa passar por uma agenda de transformação dos negócios que abarca avanços na cultura organizacional, passando pelo uso de tecnologia até governança. Nesse sentido, há sete elementos fundamentais que dificultam esse processo para as empresas do Futuro. Todos são críticos e estão além do senso comum.

Em primeiro, estão as estruturas de comando tradicionais e é preciso levantar um debate sobre poder, plano de carreira e modelos de gestão mais descentralizados. O segundo diz respeito à falta de foco que deve levar em consideração não apenas produtos ou serviços específicos, mas toda a estratégia de posicionamento competitivo. Em terceiro, escolhas equivocadas de clientes, quando delimitar o cliente-alvo é importante, para direcionar ações de forma consciente.

Pouca habilidade para alianças estratégicas é o quarto maior desafio. O quinto é não dar importância para ações no âmbito social. Em penúltimo, é ter funcionários com baixo grau de engajamento, já que como cada colaborador executa o trabalho causa enorme impacto no resultado da empresa. Por fim, falta de investimento em tecnologia que seria essencial para a transformação da empresa.

Esse modelo de empresa será resultado de projeções, estratégias e ações condizentes pautadas por premissas importantes, sem as quais não sobrevivem. Aquelas empresas do Nordeste que enxergarem antes as oportunidades, terão mais vantagens e condições de executar a transição para a empresa do futuro e um lugar de destaque no país.

*Daniel Pio é sócio-diretor do escritório da KPMG em Fortaleza.

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