Estudo da Unicamp e USP sobre os astrócitos e perda de memória já havia sido publicado em 2021

Professor e filósofo Fabiano de Abreu – Foto: Acervo Pessoal

O estudo recentemente divulgado pela Unicamp e USP, que indicou a presença de problemas neurológicos mesmo em pacientes que tiveram sintomas leves da Covid-19, revelou que o alvo preferido da doença no cérebro são os astrócitos, já havia sido realizado e publicado meses antes pela coluna do neurocientista Fabiano de Abreu Agrela.

O estudo do professor foi publicado na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação e também analisa como o coronavírus age nas células neurais e o impacto prejudicial na memória dos pacientes. Entre as descobertas, está a dificuldade de memorização está entre as sequelas mais relatadas por pacientes infectados pela Covid-19.

O estudo

O tecido nervoso é responsável por diversas funções do organismo, como coordenar as atividades de diferentes órgãos. Esse tecido é composto, principalmente, por neurônios e células da glia, um conjunto de vários tipos celulares, cujo as células principais são os astrócitos, oligodendrócitos, micróglias e ependimócitos.

Quando se fala em sistema nervoso, é muito comum as pessoas lembrarem apenas dos neurônios, que estão diretamente relacionados com os impulsos nervosos. Todavia, as chamadas ‘células da glia’ (ou neuróglia) desempenham funções primordiais para a manutenção do corpo humano e merecem maior relevância no âmbito de pesquisas científicas.

Foto: MF Press Global/Divulgação

Os astrócitos são células da neuróglia que apresentam um formato estrelado devido aos seus prolongamentos. Eles desenvolvem uma grande diversidade de funções, como a sustentação, controle da composição iônica e molecular do ambiente onde estão localizados os neurônios, transferência de substâncias para os neurônios, resposta a sinais químicos, dentre outras atividades”, diz trecho da pesquisa.

Segundo o professor, em sua descoberta, esse era “um assunto que chama a atenção, pois trata-se de mais uma sequela que a Covid-19 pode deixar na humanidade. Isso prova que é preciso mais do que nunca encontrar meios eficazes para controlar o vírus, porque a sociedade corre o risco de sofrer com problemas de memorização após superar esta doença. Essa evidência é preocupante, porque ela se soma a outros fatores que indicam a redução do desempenho neurológico e inteligência das pessoas, tais como o uso excessivo de redes sociais”, disse na época.

Fonte: MF Press Global

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