Numa entrevista que concedi à jornalista portuguesa Ana Serra, em 19 de setembro de 2008, ressalto que Religião, Filosofia e Política não rimam com intolerância. A Ciência, idem. Observem a reflexão de Voltaire (1694-1778): “A tolerância é tão necessária na política como na religião; só o orgulho é intolerante”.
E outra coisa: jamais se deve pregar um Criador que apavore as criaturas, porém que as deixe mais responsáveis e fraternas.
Dias desses, li — na obra “Farmácia de Pensamentos”, da pesquisadora Sonia de Aguiar, com a qual fui presenteado pelo veterano jornalista gaúcho Luiz Carlos Lourenço — a seguinte sentença do dinâmico cantor, compositor e ex-ministro brasileiro da Cultura Gilberto Gil: “A arte, a religião e a ciência são maneiras diferentes para atingir os mesmos fins. Mas, no fundo, todas elas procuram respostas para as mesmas perguntas”.
Indagações que apenas serão elucidadas quando a Fraternidade se tornar o fundamento do diálogo religioso, político, filosófico e científico numa sociedade planetária que se arvora civilizada. Diante disso, cabe aqui esta palavra do velho Goethe (1749-1832): “Aquele que tem vontade firme molda o mundo à sua imagem”.
(*) José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.