Setembro Amarelo: Consumo de medicamentos para saúde mental cresce entre os brasileiros

Dados da epharma mostram que, durante o primeiro semestre deste ano, o uso de medicamentos cresceu 33% em relação ao mesmo período do ano passado

Foto: StockPhoto

O Brasil é o país que apresenta maior prevalência de depressão na América Latina, segundo informações do Ministério da Saúde. É também considerado o país com mais pessoas ansiosas do mundo. Dados do órgão apontam que a pandemia elevou a prevalência global de ansiedade e de depressão em 25%.

O consumo de medicamentos para transtornos psíquicos aumentou, os antidepressivos e ansiolíticos tiveram um aumento em vendas nos últimos meses, segundo dados da epharma, plataforma pioneira em gestão de benefícios em medicamentos no Brasil. O levantamento revela que o uso de medicamentos para essa classe terapêutica, cresceu 33% no primeiro semestre desse ano, comparado ao mesmo período do ano passado, e o número de beneficiários também aumentou em 37%, em relação ao período.

Antidepressivos, reguladores de humor, sedativos e anticonvulsivantes foram apontados como os principais medicamentos utilizados entre os usuários da plataforma. “Ainda estamos vivenciando a pandemia e todos os seus reflexos, principalmente em relação à saúde mental. É uma nova forma de viver para o brasileiro. Os dados de consumo podem refletir a uma sociedade que necessita de mais cuidado, possivelmente acompanhamento médico e psicológico e que está buscando melhorar a sua qualidade de vida”, explica Eduardo Mangione, CEO da epharma.

Quando a tristeza vira doença

A depressão, por exemplo, é considerada um transtorno comum, mas precisa ser levada a sério, uma vez que interfere na vida diária do ser humano e pode impactar atividades corriqueiras como trabalhar, dormir, estudar, comer e se divertir. Cerca de 6% da população brasileira sofre de depressão, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os sintomas podem começar de maneira silenciosa e se agravar ao longo do tempo, caso não haja ajuda profissional. A falta de interesse pela vida e a perda de vontade e prazer em atividades antes simples e prazerosas podem ser notadas. Irritabilidade, falta de concentração e alterações do sono e do apetite também podem ocorrer.

A psiquiatra Aline Sabino, da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, explica que mudanças de estilo de vida, como a busca pelo convívio social e familiar, a prática de atividades físicas e seis horas de sono consecutivas, para se ter uma noite tranquila e reparadora, são essenciais para uma pessoa manter a estabilidade emocional.

Pela a psicoterapia, é possível ter o manejo dos sentimentos que auxiliam na estabilidade emocional, mantendo a distância de álcool, drogas e hábitos nocivos”, esclarece a médica. “É cientificamente comprovado que as pessoas praticantes de religião, não importa qual a vertente, também encontram na espiritualidade um fator de proteção para o transtorno depressivo”, explica a psiquiatra.

A OMS reconhece que existe uma necessidade de aumentar os investimentos para tratar a saúde mental da população mundial, principalmente depois da pandemia, levando-se em consideração os impactos causados após o primeiro ano da Covid-19 no mundo.

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