Com contrato assinado em pleno Havaí, o guarujaense Victor Bernardo é o novo reforço da equipe internacional Billabong. O surfista de 18 anos terá como prioridade a participação no Circuito Mundial Qualifying Series (QS), visando a vaga para o WCT em 2017, contando com todo o suporte da empresa no Brasil. A nova marca no bico teve como estreia uma sessão na emblemática Pipeline.
“Por ser um patrocinador mundial, por ter bases em todos os lugares, vou ter uma estrutura muito boa e serei bem acompanhado no Brasil. Vou me esforçar bastante”, comemorou o surfista, que terá a sua primeira competição no dia 17 de janeiro, em Sunset, também no Havaí, e logo após outro QS em Pipeline. “Vai ser a primeira vez competindo em Pipe. Estou amarradão e quero tentar um bom resultado. Já estou treinando bastante e vou ter a oportunidade de ficar na casa da Billabong em frente ao pico”, destacou.
Victor continuará morando em Guarujá, na praia do Tombo, mas pretende passar parte do ano na Califórnia, para aprimorar o inglês. “e pegar boas ondas”, como mesmo contou. Também fará viagens internacionais com a equipe da marca. “Será um grande crescimento”, disse o surfista, agradecendo, também, os dez anos de patrocínio da Hang Loose. “Entrei na marca aos oito anos. Lá aprendi, evoluí. Quero agradecer muito ao Álfio (Lagnado) e toda família Hang Loose por ter cuidado de mim esse tempo todo e sempre me apoiado para continuar nesse caminho”, enalteceu.
O início no surf foi aos quatro anos, na praia da Enseada, que fica próxima à Comunidade da Vila Baiana, uma das regiões mais carentes da Cidade. “Meu pai, meu tio, meu irmão, meu primeiro, todos me incentivaram bastante. Eu morava numa favela e sempre pegava prancha para surfar. Meu pai começou a me levar quando tinha quatro anos e aos seis já ia surfar com a minha bike até o Maluf (Pitangueiras) e minha mãe ia me acompanhando. Quando não podia, ia o meu pai”, lembrou.
“Todo mundo me olhava, um menino tão pequeno com uma prancha debaixo do braço, de bicicleta. Deviam achar estranho, mas não viam que meu pai estava atrás, de carro. Me seguindo para ver se estava tudo certo”, recordou Victor, que competiu pela primeira vez ainda aos seis anos, na categoria petit do Circuito Guarujaense, por indicação de Ademir Silva. “Foi no Tombo, mar grande, aqueles dias storm, tempo fechado. Tomei uma vaca, um caldo e saí da água antes da bateria acabar, com medo do mar”, disse rindo.
Aos oito anos, por indicação de Alcino Pirata e observação do técnico Paulo Kid (que o acompanha até hoje), ingressou na equipe Hang Loose. “Infelizmente saí. A vida é assim, tem de abrir mão de algumas coisas para acontecerem outras”, afirmou o surfista, que através do surf conseguiu melhorar a vida da família. “Hoje me mudei para o Tombo, ao lado da família do Kareca, da Shine, meu patrocinador de pranchas”, ressaltou.
Nas competições, Victor Bernardo já se destacou em etapas menores do QS. Foi duas vezes semifinalista na Argentina e esse ano em Patin, na Espanha. Também nesta temporada, venceu a etapa do Maresia Paulista Profissional, em Guarujá. “Agora, vou iniciar uma nova fase e espero começar bem já aqui no Havaí”, completou.