Copa do Mundo: Protocolo seguido pela FIFA pôs em perigo a vida de goleiro do Irã. Entenda

Após fratura no nariz e suspeita de concussão, goleiro iraniano volta ao campo e atitude da FIFA é criticada por especialistas

Copa do Mundo de Futebol no Qatar – Foto: Divulgação

Na última segunda-feira (21), durante uma partida entre Inglaterra e Irã, uma atitude da FIFA chamou a atenção e foi duramente criticada nas redes sociais e por especialistas.

O goleiro do Irã, Alireza Beiranvand, e o zagueiro Majid Hosseini sofreram um choque de cabeça, que fez com que Alierza fraturasse o nariz e sofresse uma suspeita de concussão cerebral, de acordo com a FIFA.

No entanto, após apenas sete minutos de atendimento no gramado e mesmo diante da grave situação, o goleiro foi liberado para retornar ao jogo, mas pouco tempo depois voltou ao chão e foi substituído.

O que é uma concussão cerebral?

Copa do Mundo de Futebol no Qatar – Foto: Divulgação

A  concussão cerebral é uma lesão encefálica causada por um choque forte na região da cabeça, podendo causar sintomas como desequilíbrio, náuseas, problemas de visão, tontura, perda de memória, dificuldade de movimentação e dores de cabeça.

O diagnóstico de concussão é dado quando esses sintomas ocorrem após um forte golpe na cabeça e deve ser acompanhado imediatamente após o choque pois, apesar de na maioria dos casos, a recuperação ocorrer em poucos dias, os sintomas podem persistir afetando a função cognitiva do afetado” Afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

Perigos em uma partida de futebol

Além do caso do goleiro iraniano, outros casos, como o jogo entre Argentina e Arábia Saudita onde o goleiro Mohammed Al Owais atingiu a cabeça o lateral Al-Shahrani com o joelho, fazendo-o desmaiar em campo, têm reacendido discussões sobre os perigos durante partidas de futebol.

Recentemente, um estudo publicado na revista Radiology indicou que jogadores que realizam muitos cabeceios no futebol podem sofrer alterações cerebrais e na sua função cognitiva, semelhantes aos de uma concussão.

Estima-se que metade dos jogadores atuantes há pelo menos 10 anos já tenham sofrido concussões em campo, o que representa um grande perigo à saúde dos jogadores.

Dr. Fabiano de Abreu – Foto: Acervo Pessoal

Em resposta aos perigos das concussões no futebol a FIFA iniciou testes no Mundial de Clubes 2020, no Catar, de uma nova regra: Substituição extra em caso de concussões, em 2012, a Sociedade Pediátrica Canadense pediu às associações esportivas que desenvolvessem políticas de reconhecimento e gerenciamento de concussões em jovens e organizações esportivas como a NFL e NHL também têm desenvolvido regulamentos a respeito das concussões.

Dr. Fabiano de Abreu chama a atenção para a importância dos cuidados imediatos após concussões e da presença de equipes de profissionais em campo para tratar dos casos.

 “Após qualquer choque como o sofrido pelo goleiro iraniano, por precaução, o jogador não deve voltar a campo e sim realizar exames de neuroimagem para investigar mais profundamente e ter um diagnóstico mais preciso, também é necessário ambulâncias com todos os equipamentos necessários para evitar impactos maiores à saúde do jogador”.

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