Quais os limites da ansiedade?

“Não dar conta de tudo faz parte de estar vivo”, diz psicóloga

Fabíola Rottili Brandão – Foto: Acervo Pessoal

Com certeza você já sentiu aquele frio na barriga no primeiro dia do emprego novo ou até mesmo ao executar alguma atividade no seu trabalho. Essas situações são vivenciadas por muita gente, mas como saber se essa ansiedade está interferindo na sua saúde? Quando a ansiedade deixa de ser normal e torna-se algo patológico?

É fato que precisamos ficar de olho para que os limites do nosso bem-estar emocional não sejam ultrapassados e perceber a importância de pedir ajuda. Até porque, este sentimento é uma reação considerada normal em situações do cotidiano, porém, em alguns casos, tornam-se excessivas e podem ser prejudiciais à saúde. Cuidar da saúde mental é tão importante quanto à saúde física e todos merecem esse cuidado.

Para falar mais sobre a temática a psicóloga Fabíola Rottili Brandão tira dúvidas sobre o assunto.

Ansiedade normal x Ansiedade patológica 

– Normal (produtiva) – é a ansiedade que nos leva a agir, produzir, fazer as atividades do dia a dia e a planejar. Ela gera uma energia para que se tenha uma ação nesse mundo, se não ficaríamos em casa assistindo TV, por exemplo, em uma zona de conforto.

– Patológica (improdutiva) – começa a causar um prejuízo na vida, afetando e limitando o dia a dia, causando preocupações e medo excessivos. As pessoas, neste caso, apresentam sensações físicas, desconforto, pensamentos intrusivos. É necessário tratamento.

Atente-se aos sinais! 

É importante estarmos atentos aos sinais que as pessoas apresentam. Por vezes julgamos ou é dito que é frescura, pois é muito fácil olhar a vida do outro, já que não é você que passa por aquilo. Ansiedade pode ser uma doença e precisa de tratamento.

Criança ansiosa? 

Sim, crianças podem ter ansiedade! As crianças podem desenvolver isso e os pais e cuidadores precisam ficar atentos, pois da mesma forma que há um prejuízo na vida de um adulto o mesmo ocorre com os pequenos.

Multitarefas 

A visão de ser multitarefas é um grande desafio, pois o excesso de funções gera, automaticamente, a ansiedade. O foco gera mais estabilidade. É importante executar uma atividade por vez, colocando prioridades. Não dar conta de tudo faz parte de estar vivo.

Atenção! 

No trabalho 

– Atentar-se aos sinais é o primeiro passo. Ao perceber que a ansiedade prejudica seu rendimento, já é um primeiro sinal onde é preciso ação

– Falar sim para tudo, aumentando o número de atividades

– Perfeccionismo

– Uso excessivo de tecnologias

*Todos esses fatores agravam a ansiedade. Tudo tem um limite.

Técnicas para ter equilíbrio 

– Dentro da rotina coloque um minuto de pausa. Desacelere um pouco

– Busque por falas mais desaceleradas

– Tenha comportamentos mais tranquilos

– Pratique mindfulness – prática de atenção plena para concentrar-se completamente no presente

– Livre-se do julgamento

Recado da psicóloga 

Um sinal muito importante quando há o adoecimento e a ansiedade vira um transtorno é no momento que a pessoa começa a ter alterações significativas, como no sono, na inquietude, na agitação, no acordar com cansaço, além de vários sintomas físicos.

O tratamento adequado, quando é patológico, é a busca por profissionais da saúde mental (psiquiatras e psicólogos). Não adianta tentar vencer apenas com a “força e coragem”, pois se trata de uma doença, que necessita de terapia e medicamentos.

Essencial incluir na rotina:

– Mudanças boas de hábito

– Atividade física

– Alimentação equilibrada

– Diminuir estimulantes (cafeína)

– Desconectar-se um pouco de tecnologias

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