Micro e pequenas indústrias do Sul despontam como as mais otimistas do país, segundo pesquisa

Avaliação de desempenho da economia pelos estados é a melhor na região, mas o apoio financeiro ainda é necessário para manter o capital de giro

Legenda: Indústria no Rio Grande do Sul – Foto: Divulgação

Os meses de abril e maio foram positivos para micro e pequenas indústrias do Sul do Brasil, revela a pesquisa Indicador Nacional da Micro e Pequena Indústria, realizada pelo Datafolha a pedido do Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (SIMPI). Entre as cinco regiões do país, o Sul se destaca por 49% dos dirigentes entrevistados considerarem a situação de sua empresa ótima ou boa.

Mais positivo ainda é o nível de funcionamento das micro e pequenas indústrias (MPI’s) do Sul. Entre os entrevistados, 53% afirmam que suas empresas estão funcionando normalmente. No Centro-Oeste/Norte esse número é de 54%, no Nordeste 40% e no Sudeste 47% dos empresários afirmam que suas empresas têm situação de produção e prestação de serviço regulares.

Saldo positivo também no faturamento

O otimismo se mantém ainda na avaliação do faturamento no mês anterior a coleta dos dados para a pesquisa. Para 44% dos dirigentes do Sul, o faturamento no mês anterior foi ótimo/bom, apenas 16% dos empresários avaliam como ruim/ péssimo. Ressaltando contrastes de cenários entre as regiões doBrasil, no Nordeste a avaliação do faturamento no mês anterior foi positiva para 31% dos entrevistados e 28% avaliam como ruim/ péssimo, sendo a região com a maior insatisfação com o faturamento em comparação com as demais regiões (Sudeste 23% e Centro-Oeste 17%).

Capital de giro no limite

Contudo, ao analisar a situação financeira das MPI’s, o otimismo do Sul sede lugar a realidade na prática. No quesito capital de giro, a região ficou no limite com 45% dos entrevistados, indicando que os recursos foram exatamente o que precisavam. Na mesma questão apenas 12% dos empresários do Sul apontaram que o capital de giro foi mais do que suficiente, enquanto 42% afirmaram que o valor não foi suficiente.

Buscando recursos em fonte com alta taxas de juros

O aperto no caixa das MPI’s levou muitos empresários a buscar no cheque especial o recurso para seus negócios. O levantamento indica que 5% acessaram o cheque especial para ter capital de giro. Não apenas no Sul, mas também no Sudeste (10%) e nas demais regiões (Nordeste 7%, Centro-Oeste/Norte 5%).

Com juros estratosféricos, recorrer ao cheque especial é desvantajoso e um caminho certo para se endividar.

Joseph Couri, presidente do Simpi, afirma que o cheque especial é uma péssima opção para dispor de capital de giro devido a elevada taxa de juros. “Em linhas gerais, fuja do Cheque Especial. A taxa de juros é impagável e pode levar a empresa à falência. ”

“Sempre lembram do investimento na hora de abrir uma empresa, mas de fato é o capital de giro o fundamental no dia a dia de uma empresa. Todo cuidado é essencial, porque vender e ter lucro não é sinônimo de estabilidade financeira” conclui Couri.

A pesquisa

O Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo SIMPI e efetuada pelo Datafolha, é a 1ª pesquisa das micro e pequenas indústrias a nível nacional do país.

A coleta de dados ocorreu entre os dias 09 e 24 de janeiro de 2023

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