Como preparar vasos e floreiras para plantar espécies

À frente da Praça do Polinizador, na 36º CASACOR São Paulo, o paisagista Luciano Zanardo compartilha sua experiência e dicas sobre como cultivou as espécies presentes em mais uma participação que realiza na maior mostra, em São Paulo

No projeto idealizado pelo paisagista Luciano Zanardo, além das formas orgânicas, geométricas e cores vibrantes, o espaço disponível para visitação até o início de agosto ressalta a exuberância exótica das alocasias e a beleza tropical das bromélias porto-seguro, polinizadores e nativas da Mata Atlântica. – Foto: JP Image

Trazer um pouco da natureza para a casa é sempre uma boa pedida. Seja em vasos ou floreiras, ambientes como salas, varandas, jardins internos ou externos e até mesmo dormitórios ficam sempre mais alegres e bonitos com a presença do natural. Com uma infinidade de espécies disponíveis para a escolha, há sempre a planta ideal para o estilo e condições climáticas que o ambiente possui. Porém, mais do que regar a planta e garantir que ela não desfaleça por estar longe do sol, alguns cuidados são necessários desde antes do plantio.

“Preparar vasos e floreiras de maneira adequada é essencial para garantir um ambiente ideal ao crescimento saudável das plantas. Esse cuidado inicial é fundamental para estabelecer as condições ideais de drenagem, nutrientes e espaço para o desenvolvimento das raízes”, explica o paisagista Luciano Zanardo, do escritório Zanardo Paisagismo. Assinando a Praça do Polinizador, na 36ª edição da CASACOR São Paulo, o especialista traz orientações e dicas valiosas que, quando seguidas corretamente, permitem que flores, folhagens, ervas ou vegetais prosperem de maneira exuberante e vibrante. Confira!

O vaso certo

Com diferentes formatos e tamanhos, os vasos vietnamitas da Organne e os de aço galvanizado, da Corona Design, recebem as plantas que são as verdadeiras estrelas do espaço idealizado por Zanardo – Foto: JP Image

O primeiro passo para a escolha do vaso ideal é pensar no desenvolvimento da planta nos próximos meses e até mesmo ao longo dos anos. É uma planta que vai crescer muito? Então opte por um vaso com o diâmetro maior! “A minha principal orientação é que os vasos sejam escolhidos de acordo com o desenvolvimento da planta. Plantas frutíferas, palmeiras e ornamentais de médio porte podem ser colocadas em vasos grandes, pois assim já estamos prevendo o desenvolvimento da espécie. O pensamento é o mesmo para plantas menores, mas nesses casos, modelos menores dão conta do recado”, orienta Zanardo.

Outra recomendação do paisagista é realizar uma pesquisa rápida sobre o porte do cultivo escolhido antes de decidir o diâmetro e a altura do vaso. Folhagens grandes, plantas com raízes longas ou frutíferas pedem vasos com, no mínimo, 20 litros. Já as tipologias de temperos e ervas, ideais para quem está começando a se aventurar nesse mundo da jardinagem, podem ser cultivados em recipientes pequenos, desde que haja cerca de 15 cm de profundidade.

Após a escolha do tamanho, é imprescindível verificar se o vaso possui furos para permitir que o excesso de água escoe. “Caso não haja, é necessário fazê-los. Desta forma, a água não fica acumulada no fundo e as raízes da planta não correm risco de apodrecer”, destaca o paisagista.

Montando o vaso

A montagem do vaso ou floreira influencia diretamente no desenvolvimento da planta:  por isso, seguir algumas etapas é fundamental. O primeiro passo é lavar o recipiente com água e sabão e, após a higienização, secá-lo bem. Em seguida, uma camada de 5 cm de argila expandida é acompanhada pela manta bidim. Com essa camada de drenagem, assegura-se que as raízes da planta não se deterioram e que o solo não se compactará em torrões.

Substratos

Obras de arte, móveis com suaves curvas e uma composição de plantas ornamentais se complementam em um projeto encantador e transformam o jardim em um grande living natural, emoldurado pela iluminação abundante das janelas do Conjunto Nacional – Foto: JP Image

Após a camada de drenagem, deposite o substrato ou terra adubada. Com diferentes tipos de substrato disponíveis para a compra, entender as suas particularidades é fundamental para o sucesso da plantação. Confira os principais tipos e suas indicações de acordo com a experiência de Luciano Zanardo:

– Terra vegetal: É um dos substratos que se adequam com mais naturalidade à maioria das plantas. Feito a partir da mistura de terra comum, terra vegetal e composto natural, como o húmus, é conhecido também como “terra pronta” e pode ser facilmente encontrado para compra em lojas especializadas;

– Areia: Composto por areia de construção, terra comum e terra vegetal, é um excelente substrato para suculentas e cactos, uma vez que essas plantas precisam de um material permeável, devido à baixa concentração de água;

– Fibra de coco: tem como principal função a retenção de água, servindo também para a ramificação das raízes, aeração da terra e manutenção do PH sempre neutro;

– Casca de pinus: indicado especialmente para o cultivo de orquídeas, esse substrato permite a retenção de água e a rápida troca gasosa. “O interessante é que esse material promove uma espécie de uma simulação do ambiente natural da planta e auxilia o seu desenvolvimento em vasos e outros espaços de casa”, destaca o paisagista;

– Turfa: visto com frequência em regiões pantanosas, é rico em nutrientes, auxilia a reter o líquido das plantas e é indicado especialmente para as samambaias;

– Húmus: produzido a partir da decomposição de microrganismos pelas minhocas, libera nutrientes para as plantas e é comumente empregado por conta da sua função de preparador do solo.

Coloque a muda

Com iluminação aconchegante e intimista, a Praça do Polinizador é um convite para a admiração da natureza em pleno coração da cidade, a Avenida Paulista. – Foto: JP Image

Com o vaso pronto para receber a planta, posicione-a com cuidado para não desmanchar o torrão – o ideal é que o topo do torrão fique aproximadamente 1 cm abaixo da borda do vaso e em seguida, complete o espaço que sobrou com terra. “Lembre-se também de se certificar que a muda está bem firme”, pontua Luciano.

Faça uma primeira rega generosa, molhando a planta até que a água escorra pelos furos do vaso. Após a terra se acomodar, verifique se não será necessário completá-la com mais terra até alcançar a borda do vaso. Após finalizar a plantação, chega a hora do acabamento. O especialista indica cascas de pinus ou seixos que, além de resultarem em um belíssimo visual, evita a compactação da terra e auxilia a manter a umidade, principalmente em regiões quentes.

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