O ex-ajudante de ordens Mauro Cid decidiu confessar que vendeu ilegalmente as joias da Presidência a mando do ex-presidente Jair Bolsonaro, informou o advogado do tenente-coronel, César Bittencourt.
A informação foi publicada inicialmente pela revista Veja na última quinta-feira (17) e confirmada pelo “Jornal Nacional” da TV Globo.
Cid viajou aos Estados Unidos para vender um rolex e joias que haviam sido recebidas pelo então presidente Bolsonaro como presentes de outros líderes estrangeiros.
“O tenente-coronel decidiu confessar o ocorrido à Polícia Federal (PF)”, afirmou Bittencourt à TV Globo.
Cid “vendeu joias ilegalmente cumprindo ordens diretas de Bolsonaro e entregou ao ex-mandatário o dinheiro obtido com a negociação dos presentes”, acrescentou ele.
Bittencourt acabou de assumir a defesa de Cid, que já foi representado por outros dois advogados.”Resolva esse negócio e venda as joias”, teria dito Bolsonaro a seu auxiliar Cid, de acordo com a versão dos fatos dada pelo advogado.
No seu próximo depoimento à PF, o ex-ajudante Cid fará uma “confissão, não uma delação”.
Por sua vez, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que seu pai “está tranquilo”, porque “não fez nada errado”.
Cid está preso desde 3 de maio em uma unidade militar de Brasília por suspeita de adulterar o cartão de vacinação contra o coronavírus de Bolsonaro. Ele também é investigado em uma causa sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
De acordo com Bittencourt, o ex-ajudante também deve confessar a falsificação do certificado de vacinação feita em dezembro, poucos dias antes da viagem de Bolsonaro à Flórida, onde permaneceu até o final de março.