São Paulo, Bahia e Ceará estão entre os estados em que mais se pede empréstimo no Brasil, revela Mapa do Crédito

Seja para quitar as dívidas ou aplicar no próprio negócio, panorama da FinanZero destaca regiões com mais solicitações de crédito nos últimos meses de 2023

Foto: iStock

Uma pesquisa recente realizada pela FinanZero mostra que a frequência com que cada estado tem recorrido aos empréstimos ao longo deste ano não poderia ser mais diferente. No Mapa do Crédito, a fintech traz um panorama do comportamento financeiro das diferentes regiões do país desde janeiro de 2023.

Seja por razões como quitar dívidas, investir ou aplicar no próprio negócio, são três os estados onde mais se solicitaram empréstimos de janeiro até o momento: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além dos representantes do Sudeste, o Top 5 ainda é composto por Paraná e Bahia.

Para chegar aos números finais, a fintech analisou os milhões de pedidos recebidos nacionalmente até agosto deste ano, comparados em seguida a nível regional e estadual. Dentro de cada um dos 27 estados, o total de solicitações ao longo dos últimos oito meses também foi seccionado, de modo a se compreender as fatias ocupadas por diferentes finalidades e objetivos durante a procura por crédito pessoal.

De São Paulo ao Pará: os estados com a maior demanda por empréstimo do Brasil 

Os estados em que mais se solicita empréstimos no Brasil
Dados baseados nos pedidos de crédito realizados entre janeiro e agosto de 2023
Estado % em relação ao total de pedidos
São Paulo 31,2%
Rio de Janeiro 9,8%
Minas Gerais 8,9%
Paraná 5,3%
Bahia 5,3%
Rio Grande do Sul 5%
Goiás 3,9%
Santa Catarina 3,9%
Ceará 3%
Pará 2,9%

De forma geral, o levantamento revelou que São Paulo é o estado responsável por liderar o ranking daqueles que mais pedem crédito pessoal em todo o país (31,2% do total). Todos os demais representantes do Sudeste se encontram no topo da lista, com exceção do Espírito Santo — correspondendo, juntos, a 50% dos pedidos feitos à fintech ao longo de 2023.

Ao menos no número de estados presentes no pódio, a região Sul não fica tão atrás em relação às demais: logo abaixo de Minas Gerais (8,9%), o Paraná se mostrou aquele em que, com exceção do Sudeste, mais se solicitaram empréstimos este ano até o último mês (5,3%), também ao lado do Rio Grande do Sul (5%) e Santa Catarina (3,9%). Unidos, no entanto, os percentuais de pedidos entre os sulistas não chegaram a representar 15% do total nacional.

Ainda compõem a lista de estados mais interessados nos empréstimos Bahia (5,3%) e Ceará (3%), da região Nordeste, assim como Goiás (3,9%) e Pará (2,9%), representantes do Centro-Oeste e Norte.

Dívidas são a razão para 3 em cada 10 pedidos de empréstimo nos últimos meses

Por que os brasileiros pedem empréstimos em 2023?
Dados baseados nos pedidos de crédito realizados entre janeiro e agosto de 2023
Motivo % em relação ao total de pedidos
Dívidas 31%
Renovação de casa 15,2%
Negócio próprio 14,7%
Investimento 11,9%
Saúde 8,3%
Estudos 6,5%
Compras 5%
Ativos 4,2%
Viagem 1,4%
Festas 1,1%
Estética 0,37%

Em meio à alta inflação e taxas de juros consideráveis, boa parte dos pedidos de empréstimo até agosto foram justificados por um mesmo motivo: a quitação de dívidas. Para se ter uma ideia, entre janeiro a agosto, cerca de 31% das solicitações feitas à FinanZero tiveram o endividamento como base, sobretudo em um contexto no qual o problema atinge quase 80% das famílias brasileiras segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Embora alcance os diferentes estados de Norte a Sul, vale destacar que a fatia ocupada pelas dívidas não é a mesma nos pedidos ao redor do país. No estado em que mais se recorre aos empréstimos, por exemplo, 36,8% das solicitações entre os paulistas foram motivadas por elas. Em locais como o Rio Grande do Sul, por sua vez, os números aumentam, chegando à marca de 38,1% do total.

Já evidenciando a preocupação da população com a qualidade de suas residências, outro motivo comum entre os brasileiros foi a renovação da casa, cujo percentual ultrapassou os 15% nos últimos oito meses e a alçou à segunda maior justificativa para a procura geral por crédito no período. No estado do Pará, aliás, a porcentagem é ainda maior: no total, tal razão justificou mais de 18% dos pedidos, a equiparando à fatia ocupada pelas dívidas (20,4%).

Nordeste lidera pedidos de empréstimo para negócio próprio 

Empréstimo para negócio próprio: maiores representatividades nacionais
Dados baseados nos pedidos de crédito realizados entre janeiro e agosto de 2023
Estado % em relação ao total estadual
Pernambuco 21,3%
Piauí 20,8%
Ceará 20,6%
Rio Grande do Norte 20,2%
Alagoas 20,1%
Paraíba 20,1%
Sergipe 19,9%
Maranhão 19,8%
Bahia 19,2%
Pará 17,3%

De forma geral, é possível dizer que a terceira maior razão por trás dos pedidos destaca uma faceta específica da relação dos brasileiros com o crédito pessoal: dos donos de pequenas empresas a profissionais do tipo MEI, tem sido cada vez mais comum se deparar com solicitantes recorrendo a empréstimos via pessoa física para empreender.

Isso porque, ao lado da quitação das dívidas e o investimento no imóvel, a abertura ou expansão do próprio negócio justificou 14,7% das solicitações gerais à Finanzero durante o período em questão, à frente de razões como estudos e saúde e com maior representatividade no Nordeste — visto que nove de seus estados compõem o top 10 relacionado a tal motivo.

Apenas a título de exemplo, no Ceará (20,6%), Rio Grande do Norte (20,2%) e Paraíba (20,1%), dois em cada 10 pedidos por crédito pessoal tiveram como base o negócio próprio, algo que o diretor operacional da fintech, Rodrigo Cezaretto, associa ao forte espírito empreendedor nordestino.

Estamos falando de uma região marcada pela cultura do empreendedorismo, com um grande número de pessoas dispostas a abrirem novas empresas, mesmo que isso signifique ter de driblar certas dificuldades financeiras” comenta. “Sobretudo diante dos desafios e riscos iniciais, os empréstimos muitas vezes fornecem o capital necessário para dar partida ao negócio, acelerando seu processo de expansão nesses períodos de menor receita”.

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