AVC já matou 88 mil pessoas neste ano e campanha acende alerta

29 de outubro é o dia Mundial da doença e entidade realiza inúmeras ações sobre prevenção

São Paulo (SP) – O Acidente Vascular Cerebral (AVC) já matou, até 26 de outubro, mais de 88.007 brasileiros, de acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil, mantido pela ARPEN Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais). Os números apontam a doença como uma das principais causas de mortalidade no País.

Foto: Divulgação

Para conscientizar a população acerca da importância da prevenção – uma vez que é possível prevenir até 90% dos casos de AVC se fatores de risco forem controlados, além da identificação dos sinais para socorro ágil – a data de 29 de outubro é marcada pelo Dia Mundial do AVC.

Com o slogan “Seja #Maiorque> o AVC”, a campanha mundial encabeçada pela World Stroke Organization (WSO) e endossada em território brasileiro pela Rede Brasil AVC, destaca a necessidade de que locais públicos passem a contar com aparelhos para que as pessoas possam, em qualquer lugar, a qualquer hora, verificar a pressão e, se necessário, receber assistência. O acompanhamento da pressão é um fator crucial para a prevenção e assistência adequada.

É possível prevenir até 90% dos casos de AVC, desde que saibamos identificar prontamente os seus sinais. O socorro ágil evita complicações graves, como perda de mobilidade, de memória, dificuldades na fala, além de reduzir o risco de morte, salvando vidas”, explica a neurologista e presidente da World Stroke Organization, Sheila Cristina Ouriques Martins, que também preside a Rede Brasil AVC. A cada minuto em que o AVC não é tratado, 1,9 milhão de neurônios morrem.

Controlar os fatores de risco do AVC, como, além da hipertensão, o diabetes, o colesterol elevado, o sedentarismo, o excesso de peso, a alimentação não saudável, o tabagismo, o abuso de álcool e o estresse, é fundamental. “Ao adotarmos um estilo de vida saudável, reconhecermos nossos próprios fatores de risco e buscarmos assistência médica adequada, podemos diminuir significativamente o impacto do AVC em nossa sociedade”, conclui Sheila.

Tipos de AVC e sinais – Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro e que corresponde entre 80% e 85% dos casos; e o hemorrágico, quando um vaso (do tipo artéria, raramente uma veia) rompe.

Os principais indícios de um AVC incluem a perda de força ou formigamento em um dos membros superiores ou inferiores, assim como no rosto, dificuldades na fala ou na compreensão, tontura, modificações na visão e dores de cabeça súbitas ou intensas, que se diferenciam das dores habituais.

Ao suspeitar que alguém esteja tendo um AVC, é aconselhável pedir à pessoa para sorrir, observando se um lado do rosto permanece imóvel. Verifique também se ela consegue levantar ambos os braços para verificar se um lado está mais fraco ou se apresenta fala enrolada. Identificando uma ou mais dessas situações, ligue imediatamente para o Samu, no 192.

Cenário alarmante – Estudo da Comissão da Revista Científica Lancet Neurology em parceria com a World Stroke Organization (WSO), publicado neste mês no The Lancet Neurology – uma das mais respeitadas revistas científicas – trouxe uma estimativa preocupante: AVC pode causar quase 10 milhões de mortes anualmente, até 2050, principalmente em países de baixa e média renda.

A pesquisa ressalta, ainda, que o cenário custará até US$ 2 trilhões por ano.

Entre as principais barreiras identificadas pelo estudo, estão a falta de consciência da população sobre o AVC e os seus fatores de risco. “As organizações que atuam com o tema, como a Rede Brasil AVC, por exemplo, têm papel importante para auxiliar com estratégias que desenvolvam a capacidade para o amplo acesso à prevenção e aos cuidados e investigação do AVC”, destaca Sheila, uma das principais autoras do estudo.

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