No próximo dia 15, a Resolução CFMV nº 1015/2012, que estabelece instalações físicas de clínicas, hospitais, consultórios, ambulatórios e unidades de transporte e remoção médico-veterinária completa um ano.
Para saber a repercussão da resolução em um ano, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul (CRMV/MS) entrou em contato com diversos médicos veterinários proprietários de estabelecimentos veterinários do Estado e a opinião é quase unânime de que a Resolução trouxe benefícios, tanto para os clientes quanto para o trabalho dos profissionais nos procedimentos do dia a dia.
Segundo a Gerente Técnica do CRMV/MS, Ana Carolina Siqueira Gonçalves, a Resolução, além de trazer melhorias que valorizam os serviços veterinários prestados, trouxe mudanças que ampliaram as possibilidades dos estabelecimentos. “Antes, a clínica deveria ter setor de atendimento, centro cirúrgico e internação obrigatoriamente. Hoje, o médico veterinário pode optar por atender apenas com serviços de internação ou ter internação e centro cirúrgico. Caso a clínica opte por realizar ambos os serviços deverão apresentar estrutura completa de acordo com a Resolução 1015/2012”, completa.
A resolução, que entrou em consulta pública em 2014, tem objetivo de garantir serviços de qualidade e garantia de bem-estar aos animais atendidos nos estabelecimentos veterinários.
Para esclarecer a nova norma, o CRMV/MS promoveu, em dezembro de 2014 e janeiro de 2015, palestras em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Produziu, ainda, um folder explicativo com as novas exigências e enviou por correio a todos os médicos veterinários inscritos no Conselho.
Confira os depoimentos:
“A resolução veio para dar um atendimento melhor ao nosso consumidor e paciente que precisa de um atendimento médico veterinário. A exigência da presença do médico veterinário 24h foi um grande avanço. A mudança foi mais internamente dos estabelecimentos, e por isso não tem ainda um impacto social muito grande, mas futuramente a sociedade vai perceber.
De início, os médicos veterinários tiveram certa dificuldade de implantação, com gastos e investimentos que vão desde reformas, aquisição de equipamentos e treinamento de funcionários, mas é uma mudança que facilita o trabalho.
Foi uma atitude acertada, um grande avanço na parte estrutural da Medicina Veterinária na parte de clínica”. – Antônio Carlos de Abreu, CRMV-MS 1195, Presidente da ANCLIVEPA/MS (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de MS) e proprietário de uma clínica em Campo Grande.
“A maior adaptação foi no setor cirúrgico e na ampliação de salas. Antes eram duas salas que eu fazia todos os procedimentos, desde o preparo do animal, cirurgia e recuperação. Agora, com as ampliações são mais duas salas, com cada procedimento em espaço definido.
No começo eu estava descontente com as exigências da nova resolução, mas depois das adaptações, eu fiquei satisfeito, pois além da confiabilidade maior dos meus clientes, melhorou a praticidade nos procedimentos do meu trabalho. Foi investimento muito bem empregado!”. – Ronaldo Alcantara, CRMV-MS 2832, proprietário de uma clínica em Bataguassu.
“Implantei um centro cirúrgico com anestesia inalatória, sala de preparo de animais, sala de antissepsia e sala de esterilização. Depois destas mudanças, os clientes passaram a ver o meu serviço com outros olhos, todos elogiaram, pois querem um serviço de qualidade. Quando eles veem todas essas mudanças na aquisição de mais equipamentos e salas, passaram a dar mais credibilidade ao meu trabalho e consequentemente o número de cirurgias aumentaram”. – Evandro Alves Martins, CRMV-MS 2120, proprietário de uma clínica em Paranaíba.
“A reforma foi na criação de uma sala de espera e contrato firmado com empresa de coleta de resíduos. A mudança trouxe mais comodidade tanto aos clientes, que aguardam na sala de espera, quanto pra mim, em relação ao descarte de resíduos, tornando meu trabalho mais fácil e correto”. – Luana Marques, CRMV-MS 4431, proprietária de um consultório em Campo Grande.
“Na minha clínica mudei o período de internação e desativei o centro cirúrgico, que pretendo abrir com todas as adequações. Estou adquirindo alguns equipamentos que não tinha, como monitor cardíaco, anestesia inalatória, entre outros.
Um benefício que vejo com a chegada da Resolução 1015 foi que a fiscalização do CRMV/MS ficou mais rígida e os estabelecimentos veterinários irregulares ou clandestinos tiveram que se adequar ou foram fechados”. – Francielly Oshiro, CRMV-MS 4617, proprietária de uma clínica em Dourados
“A maior adaptação foi no acesso do banho e tosa e da clínica, que tive que reformar e fazer entradas separadas. Os clientes perceberam e gostaram que os animais internados estavam isolados de outras partes do meu estabelecimento veterinário e comercial.
As outras exigências da Resolução 1015 eu já cumpria. A fiscalização me orientou e ainda este semestre já vou dar início à reforma da sala para começar a realizar cirurgias”. – Alberto Bonacina, CRMV-MS 3610, proprietário de uma clínica em Dourados.
“Tive que criar uma entrada direta para o consultório, colocar uma placa de identificação, fazer a recepção e colocar uma pia. Com a reforma, aproveitei para trocar para um piso branco também. Todos os clientes perceberam e elogiaram a mudança feita. Foi ótimo me adequar corretamente à resolução.” – Adriana Cristina de Oliveira Correia, CRMV-MS 1718, proprietária de um consultório em Ponta Porã.
“Mudei de imóvel para poder me adaptar e agora tenho só clínica e internação. Os clientes acharam melhor, mas com a mudança não tenho planos de voltar a realizar cirurgias.” – Ana Paula Ferreira Ferrarezi, CRMV-MS 4769, proprietária de uma clínica em Caarapó.
“Eu precisava de poucas coisas, comprei um monitor novo, me adequei à anestesia inalatória e sugador. As instalações físicas já estavam corretas. Toda mudança é difícil, mas a resolução me trouxe mais segurança nos procedimentos, os equipamentos que adquiri facilitaram meu trabalho. Acredito que tive grandes benefícios. – Claudio Marcio Teixeira, CRMV-MS 1700, proprietário de uma clínica em Dourados.
“Adquiri anestesia inalatória, monitor cardíaco, oxímetro. Os clientes geralmente questionam, mas quando explico que é para a melhoria da segurança do animal, eles entendem. Como benefício, tive mais segurança, recuperação e estabilização dos animais, ainda mais para as cidades pequenas. A recuperação na hora da anestesia é maior e os efeitos colaterais diminuem. – Hemerson Fernando Balan, CRMV-MS 4189, proprietário de uma clínica em Naviraí.