Neste mês, a data de 14 de novembro é marcada pelo Dia Mundial do Diabetes, doença que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), atinge cerca de 13 milhões de brasileiros.
O diabetes, sobretudo quando não adequadamente bem controlado, pode desencadear complicações, com impactos à saúde como infarto do miocárdio; alterações no fundo de olho (podendo levar até à cegueira); doença renal crônica (uma das principais causas de pacientes em tratamento dialítico); obstrução de artérias periféricas (levando a úlceras e amputações), entre outros.
“Na prática, o nível elevado de glicose no sangue, somado ao colesterol e pressão arterial, facilitam a formação de placas de gordura que entopem artérias”, explica o cardiologista Fernando Nobre. “Em estudos que realizamos em Ribeirão Preto (SP) e no País, observamos que apenas 7% dos indivíduos avaliados tinham conhecimento de que o diabetes era um fator de risco para infarto e AVC”, completa.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), uma mulher diabética pode ter até 50% mais chance de sofrer um infarto do que outra sem a doença. No caso dos homens, o risco é de até 40%.
Diabetes Mellitus é uma alteração metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. A insulina é produzida pelo pâncreas e responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. A falta desse hormônio provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes, caracterizado por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida e a causa está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo, de acordo com o Ministério da Saúde.
Em maio, uma pesquisa publicada no Journal of the American Heart Association indicou que um em cada três adultos com diabetes tipo 2 pode ter doença cardiovascular assintomática. O estudo avaliou mais de 10 mil adultos.
Para tratar e prevenir o diabetes tipo 2, Nobre ressalta a prática de atividade física como grande aliada, além da manutenção de peso corporal dentro dos limites da normalidade. “É muito importante a adoção desses hábitos, feitos, claro, mediante avaliação médica. Fazer exercícios não apenas ajuda a queimar o açúcar e o excesso calórico no organismo, mas também aumentando a eficiência da insulina, contribuindo para manutenção do peso”, diz. “Se doenças, como o diabetes, não forem evitadas, poderão trazer consequências muito sérias à saúde, então, a palavra de ordem é prevenção”, conclui.