O que esperar das ações da Sabesp (SBSP3) com a privatização da empresa?

Aprovação da venda da empresa pelo Congresso foi recebida com positividade pelo mercado, mas ações estiveram em queda ao longo do dia

Em um triunfo para o governador Tarsício de Freitas, a Assembleia Legislativa de São Paulo autorizou a privatização da Sabesp (SBSP3), a empresa de água e esgoto do Estado. Logo após a decisão, as ações começaram o dia em leilão, que acontece quando há uma variação muito grande, para cima ou para baixo, geralmente de mais de 10% do valor de encerramento do dia anterior. Hoje, porém, o papel apresentou uma ligeira queda.

Foto: Divulgação

Segundo Gabriel Bassotto, analista-chefe de ações do Simpla Club, a privatização, se concretizada, permitirá que a Sabesp amplie seu plano de investimento em cerca de R$10 bilhões, diminua custos e aumente sua eficiência. “Esse maior investimento anteciparia em quatro anos o plano de universalização do saneamento básico, previsto para 2029”, afirma.

Ele também diz que as ações da empresa – que recentemente superaram o recorde histórico – refletem as expectativas da privatização e dos benefícios de produtividade que esse processo trará. “É provável que nos próximos anos, por conta do aumento do plano de investimentos, a empresa distribua menos dividendos. Na minha opinião, ainda há espaço para valorização das ações, mas menor do que no começo do ano e do que o consenso de mercado estima”, conclui o analista.

Hulisses Dias, analista CNPI e mestre em finanças pela Sorbonne, também tem uma visão positiva para a companhia. Ele destaca que há cerca de R$70 bilhões a serem investidos nos próximos anos e que, por ser uma empresa estatal, o custo de capital da Sabesp era elevado e a criação de valor era questionável. Agora, com a desestatização, a companhia conseguirá fazer esses investimentos e ainda reduzir o custo de capital, melhorando a criação de valor para o acionista.

Além disso, Dias também ressalta o fator das glosas qualitativas, que é muito afetado pelo atual modelo de regulação. “Sendo uma empresa privada, com um modelo de regulação mais independente, os novos investimentos podem ser menos glosados, aumentando a base de ativos remunerados da Sabesp e, consequentemente, sua receita”, avalia. Ele destaca que, como outras empresas públicas, a Sabesp pode buscar uma maior eficiência em sua gestão de recursos humanos, implementando, entre outras medidas, um plano de demissão voluntária.

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