O que esperar do mercado imobiliário em 2024

Após uma forte queda em 2022, o mercado imobiliário brasileiro vem se recuperando e o ano de 2023 mostrou este avanço de forma consistente. Segundo o indicador Abrainc-Fipe, que reúne dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, nos sete primeiros meses de 2023 houve um crescimento de 14,4% nas vendas de imóveis comparadas com o mesmo período do ano anterior.

Claudia Frazão, diretora da Frazão Leilões

Este saldo, ainda que seja uma boa notícia, não representa o potencial de evolução que o setor tem. No entanto, 2024 mostra um cenário muito mais promissor, com perspectivas que revelam oportunidades para que o mercado alcance números expressivos de crescimento. São diversos fatores que apoiam esta visão. Vamos a eles.

As projeções de queda da Taxa Selic é o principal elemento para que se confirme um cenário favorável no setor de imóveis. Sendo a Selic a taxa básica de juros da economia, ela influencia todos os investimentos, inclusive o financiamento imobiliário. Em 2023, vimos sucessivas reduções desse direcionador da política econômica e há a expectativa de que ela chegue a um dígito em 2024, o que certamente contribuirá para movimentar o segmento.

A importância dessa redução nas taxas de financiamento para o crescimento do mercado pode ser percebida a partir dos dados de uma pesquisa recente feita pela Abrainc. O estudo mostra que, para 88,4% das pessoas, juros acima de 11% tornam inviável o financiamento de um imóvel.

Portanto, se a Selic chegar a um dígito, isso impulsionará as vendas financiadas. E se a inflação se mantiver sob controle e o emprego apresentar índices de melhora com ganhos para a renda da população, o cenário tende a ser ainda mais favorável, atraindo fortes investimentos.

A disponibilidade de crédito imobiliário também dá sinais de que irá aumentar no próximo período. Para moradias populares, por exemplo, o governo federal anunciou que a verba para 2024 será 12,6% maior do que no ano anterior, indo de R$ 80 milhões para R$ 10,4 bilhões.

Outro ponto que pode favorecer o crédito é o avanço do projeto de lei do marco legal das garantias, que tem como objetivo reduzir a inadimplência e o custo do crédito. Menos riscos para os credores deve significar financiamentos com juros menores o que impacta positivamente o mercado.

Todo esse cenário de melhora nas condições do crédito imobiliário também impacta o setor de leilões de imóveis, uma opção de aquisição que sempre traz boas oportunidades por trazer preços abaixo do mercado. Muitos editais incluem o financiamento como uma forma de pagamento para lotes arrematados e isso também estimula a movimentação do mercado.

Com estes fatores se alinhando, as perspectivas para 2024 revelam um ótimo potencial para que o setor imobiliário apresente resultados expressivos de crescimento. Tudo indica possibilidades para investimentos, aquisições, vendas e lançamentos que irão movimentar o mercado e promover muitos negócios.

*Claudia Frazão, diretora da Frazão Leilões 

 

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