Neste Dia Internacional da Mulher de 2024, a Fundação de Cultura de Mato Grosso Sul reconhece e valoriza todas as mulheres que trabalham em prol da cultura, especialmente suas servidoras por sua capacidade de superar desafios e serem verdadeiras inspirações e pilares da comunidade cultural de Mato Grosso do Sul. Em 2024 homenageamos e enaltecemos antigas servidoras que deixaram na memória dos companheiros de trabalho a marca da qualidade em sua atuação na Fundação de Cultura de MS:
Idara Duncan
Idara Negreiros Duncan Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, em Ipanema, e mora em MS desde 1961. É bacharel em Letras pela UCDB e possui especialização em Língua Portuguesa pela Fundação Educacional Severino Sombra. Professora pela Rede Estadual de Ensino, foi presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul entre 1985 e 1987 e Secretária de Estado de Cultura e Esportes de MS entre 1995 e 1998.
Integrou o Conselho Estadual de Cultura de MS ao longo de 16 anos e foi vice-presidente do Fórum Nacional de Secretários de Cultura. Criou o Museu da Imagem e Som de Mato Grosso do Sul e a Lei Estadual de Incentivos Fiscais à Cultura, em 1998. Integra também o Instituto Histórico e Geográfico de MS (HIG-MS), sendo considerada diplomata cultural de MS.
É coautora do livro “Memória da Arte em Mato Grosso do Sul” e do vídeo homônimo produzido em 1993. Com as escritoras Maria da Glória Sá Rosa e Maria Adélia Menegazzo, participou do livro “Personalidades”, editado na série “Campo Grande” em 2007. Coautora de mais dois livros, “As Artes Plásticas de Mato Grosso do Sul”, com Maria da Glória Sá Rosa e Yara Penteado em 2009, e a obra literária “Música de Mato Grosso do Sul”, em parceria com Maria da Glória Sá Rosa em 2009.
Maria da Glória Sá Rosa
Maria da Glória Sá Rosa nasceu em Mombaça, Ceará, no dia 4 de novembro de 1927 e morou em Campo Grande desde 1939. Faleceu em 28 de julho de 2016, aos 88 anos de idade. Tornou-se professora e escritora sendo graduada em Línguas Neo-Latinas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Participou em 1961 da fundação e instalação dos primeiros cursos superiores de Campo Grande, na Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras (FUCMT), embrião da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), onde lecionou durante 17 anos e onde criou o Teatro Universitário Campo-grandense (TUC). Foi coordenadora do Curso de Letras no qual promoveu diversos cursos e semanas literárias. Coordenou diversos festivais de teatro e de música em Campo Grande.
Em 1967 foi trabalhar na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde chefiou vários departamentos culturais e promoveu exposições de artes plásticas, ciclos de conferências, cursos literários e o Projeto Prata da Casa e posteriormente participou da edição do disco do projeto. Foi presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e do Conselho Estadual de Cultura, onde atuou durante 20 anos. Era professora aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL) e da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Foi fundadora da Aliança Francesa de Campo Grande e do Cine Clube de Campo Grande.
Publicou as obras: Cultura, Literatura e Língua Nacional (1976) em parceria com Albana Xavier Nogueira; Memória da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul (1990), acompanhada de vídeo; Memória da Arte em Mato Grosso do Sul (1992), em parceria com Idara Duncan e Maria Adélia Menegazzo, acompanhada de vídeo; Artes Plásticas em Mato Grosso do Sul (2005), em parceria com Idara Duncan e Yara Penteado; A Música em Mato Grosso do Sul (2009), em parceria com Idara Duncan e A Literatura Sul-mato-grossense sob a ótica de seus construtores (2011), em parceria com Albana Xavier Nogueira, entre outros. Publicou ainda centenas de artigos sobre cultura nos jornais locais e fez inúmeras conferências sobre educação e cultura em todo o Estado, prefácios para autores de Mato Grosso do Sul e apresentações de catálogos de arte. A professora Glorinha é considerada ícone da educação e da cultura de Mato Grosso do Sul.
Guiomar Viegas Nasser
Guiomar Viegas Nasser, campo-grandense, nasceu em 1º de Maio de 1935. Estudou o primeiro grau e ginásio no Colégio Estadual Joaquim Murtinho (1946-1950), fez magistério na Moderna Associação (1976) e é pedagoga pela Faculdade de Presidente Prudente (1985).
Entrou para a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul em 1º de junho de 1984 onde atuou como Assistente Administrativa na Coordenadoria de Promoção e Difusão Cultural fazendo o cadastramento dos artistas e trabalhando na organização de exposições e eventos. Coordenou nesta mesma época o 5º Salão de Artes Plásticas de Mato Grosso do Sul.
Em 1986 atuou como chefe do núcleo de Artes Visuais onde participou da organização do 6º Salão de Artes de Mato Grosso do Sul. Em 1991 torna-se coordenadora da Coordenadoria de Promoção e Difusão Cultural da FCMS.
De 1991 a 1999 realiza o registro e catalogação do acervo e faz o trabalho de higienização, conservação e monitoria no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul. Em 1994 e 1995 atua como coordenadora de museus e em 2001 torna-se gestora de atividades culturais no Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul onde realizou trabalhos na área de higienização, conservação, catalogação, registro do acervo, atendimento à pesquisadores e apoio a eventos. Aposentou em 30 de junho de 2005.
Gilza Núria Brandão Marroni
Natural de Bela Vista (MS), Gilza Núria Brandão Marroni é Graduada em Biblioteconomia pela Universidade Estadual de Londrina (1983), Especialista em Administração de Bibliotecas pela ABEAS (1985) e Mestre em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília (2005).
De 1984 a 1988 atua como Chefe do Núcleo de Bibliotecas da Fundação de Cultura de MS e foi responsável pela implantação da Biblioteca Pública Estadual “Dr. Isaías Paim”.
De 1989 a 1993 assume a Diretoria de Documentação da Assembleia Legislativa de MS sendo responsável pela implantação do Centro de Documentação da ALEMS. De 1993 a 2017 chefia a Seção de Biblioteca do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região onde implanta a Biblioteca Juiz Valentin Carrion.
Gilza Marroni ministra palestras, cursos e treinamentos na área da Biblioteconomia e da leitura desde 1985 e é idealizadora e coordenadora dos projetos de Leitura “Confraria do Livro”, do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (2008 a 2016) e “Vamos Ler Juntos?: rodas de leitura com jovens”, uma atividade voluntária realizada desde 2021.
“Vamos ler juntos?: Rodas de leitura com jovens” é o nome do projeto lançado pela servidora aposentada do TRT/MS e bibliotecária, Gilza Núria Brandão Marroni. O projeto tem o objetivo de conquistar e formar leitores autônomos, bem sucedidos em seus estudos e motivados a refletirem sobre a vida, a sociedade e as possibilidades de transformação da realidade. A bibliotecária sempre teve a intenção de fazer um trabalho voluntário que envolvesse livros e literatura quando se aposentasse. Nesse projeto ela fez encontros de rodas de leitura com jovens internos da Unidade Educacional de Internação Masculina (Unei) Dom Bosco, com idades entre 13 e 18 anos, realizados na Biblioteca Pública Dr. Isaías Paim, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Bia Marques
Bia era o apelido de Fabíola Marques Fernandes, ex-gestora de produção da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Ao longo de 30 anos atuando na comunidade artística, Bia também esteve à frente do Centro Cultural José Octávio Guizzo por 7 anos.
Ela era formada em Direito e especialista em Ciências da Linguagem – Estudos Linguísticos. Ingressou no serviço público em 2006, mas possuía experiência nas áreas de produção, elaboração de projetos e marketing cultural. De outubro de 2008 a janeiro de 2015, foi coordenadora do Centro Cultural José Octávio Guizzo, onde desenvolveu projetos artísticos estratégicos para Mato Grosso do Sul. Foi ainda coordenadora da área de artes plásticas do Festival América do Sul, entre 2011 e 2014, e do Mercado Mundo Mix no Festival de Inverno de Bonito, de 2010 a 2013. Ela era uma ativista cultural que sempre lutava pelos artistas trabalhava com paixão pela arte e cultura do Estado. Faleceu em 2019.
Não são apenas estas cinco mulheres que são significativas para a difusão da cultura de Mato Grosso do Sul. A Fundação de Cultura de MS celebra a resiliência de todas as servidoras, mulheres extraordinárias inspiram a todos com sua força, coragem e determinação em levar a cultura para frente. A liderança das mulheres é fundamental para a realização de um trabalho qualificado na comunidade cultural do Estado.