O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o ex-jogador Robinho, condenado a nove anos de prisão na Itália por estupro coletivo, cumpra pena no Brasil.
Em entrevista ao telejornal “SBT Brasil’, o petista afirmou que “o estupro é um crime imperdoável” e “as pessoas têm que ser julgadas e condenadas”, portanto, o ex-craque do Milan deveria “estar cumprindo pena aqui”, já que foi condenado na Itália.
O presidente brasileiro destacou ainda que “todas as pessoas que cometerem crimes de estupro têm que ser presas”, principalmente porque “as pessoas precisam aprender que a relação sexual não é apenas o desejo de uma parte. É a concórdia das partes que estão em jogo”.
“Um homem, um jovem, que tem dinheiro, um jovem rico, famoso, praticar estupro? E coletivo? E acha que não cometeu crime.
Acha que estava bêbado? Ah, cria vergonha. Estupro é um crime imperdoável”, ressaltou ele.
A declaração de Lula é dada poucos dias antes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisar a homologação da sentença que condenou Robinho, no próximo dia 20 de março.
Em parecer encaminhado ao STJ, o Ministério Público Federal (MPF) argumentou que a pena deve ser aprovada pelas instituições do Brasil e Robinho deve cumprir a pena em seu país porque “todos os requisitos legais e processuais adotados pelo Brasil em relação à transferência das execuções criminais na Itália foram satisfeitas”.
O ex-atleta, condenado pelo estupro coletivo de uma mulher em 2013 em uma boate na Itália, está em liberdade tendo em vista que o Brasil, conforme prática diplomática, não permite a extradição de cidadãos brasileiros para outros países.
Caso a Justiça brasileira não decida a favor da aprovação da prisão, Robinho permanecerá em liberdade, a menos que decida retornar à Itália para pagar sua conta com a lei.
“Ele vai ser julgado esse mês, e espero que ele pague o preço da irresponsabilidade dele de ser um jovem que teve mais sorte do que 99% dos jovens brasileiros, que ganhou muito dinheiro, que ficou muito famoso e não precisava ter feito isso com a menina”, concluiu Lula.