ACICG apresenta Boletim Econômico e aponta que Natal passado foi o pior em 4 anos

Primeira análise do economista Normann Kallmus traz dados de movimento do comércio varejista apresentados em pontos, comparando transações desde 2012.

Comércio no Centro de Campo Grande (MS) – Foto: Álvaro Barbosa

Comércio no Centro de Campo Grande (MS) – Foto: Álvaro Barbosa

Para melhor informar a sociedade sobre o desempenho do comércio na Capital, a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande criou o Boletim Econômico, no qual divulga o índice​ Movimento do Comércio Varejista (MCV/ACICG), que pretende contribuir periodicamente com dados e análises do setor na região. A primeira análise do economista Normann Kallmus traz dados de movimento do comércio varejista representados em pontos, comparando transações desde 2012, e revela que o Natal passado foi o pior dos últimos 4 anos.

Sobre o Boletim – MCV/ACICG é um índice apurado a partir da evolução dos dados do setor, englobando as transações realizadas entre empresas e também entre consumidores e o comércio. O boletim foi construído a partir da comparação de desempenho do movimento do comércio em diferentes períodos. Considerando que a sazonalidade característica da atividade comercial, o MCV/ACICG foi desenvolvido com base fixa definida pela média do desempenho do ano de 2014. Portanto, os valores acima de 100 são os que ultrapassam a média obtida no ano de 2014. Os valores abaixo de 100, estão aquém da média.

Primeira pesquisa revelou queda no comércio – O primeiro período analisado pelo MCV/ACICG compreendeu os meses de novembro e dezembro, e os comparou com o mesmo período de 2014. No mês de dezembro, o boletim apurou o registro de 101 pontos. “Houve um crescimento natural do índice em relação a novembro, que foi 84 pontos, no entanto, esse crescimento ficou muito abaixo do que se verificou em 2014, que foi de 101 pontos em novembro e 120 pontos em dezembro. Ainda a respeito do mês de dezembro, o gráfico da pesquisa mostra que o índice vem caindo desde 2012, quando registrou 137 pontos, contra os 109 pontos registrados em 2013”, conta o economista da ACICG, Normann Kallmus.

O MCV/ACICG é composto de dois outros subíndices que ajudam a avaliar sua evolução: o MCV-PF, que é o índice que analisa as transações entre Pessoas Físicas e as empresas do setor terciário, e o MCV-PJ, que é o índice que avalia as transações entre as empresas. “Tradicionalmente o MCV-PF se traduz em um índice mais alto do que o MCV-PJ, em função do número de agentes e transações expressivamente mais altos do que no outro indicador. Nesta pesquisa, o MCV-PF de dezembro de 2015 foi de 106 pontos, contra 124 em dezembro de 2014, demonstrando uma redução significativa das transações registradas. Nem mesmo a maior liquidez do mercado a partir da injeção de recursos adicionais oriundos do 13º salário foi capaz de frear a contração das atividades do setor”, analisa Normann Kallmus.

Conforme o economista, o MCV-PJ levantado no mês de dezembro foi de 58 pontos, contra 82 pontos alcançados em 2014. “Em novembro de 2015 o MCV-PJ já apresentava uma tendência de queda acentuada em relação ao ano anterior, e registrava o valor de 75. A importância desse indicador consiste no fato de que empresas tendem a ser menos influenciadas por aspectos não racionais e, portanto, se estão reduzindo suas atividades é porque estão buscando restringir suas compras, num movimento que parece ser consistente com o histórico recente”.

Fonte: ACICG/Divulgação

Fonte: ACICG/Divulgação

Previsão para janeiro – O economista da ACICG Normann Kallmus comenta que caso se repita o comportamento sazonal verificado nos anos anteriores, o índice de transações entre empresas deverá ter um leve aumento em janeiro, colaborando para reduzir o impacto da provável queda do componente MCV-PF. “O comportamento é bastante compreensível, considerando que muitas empresas reduzem as atividades no fim do ano e várias concedem férias coletivas, no entanto, o fato de ter se registrado um volume tão abaixo do verificado em exercícios anteriores, estabelece algum grau de alerta”.

Linha de Tendência – O gráfico anexo ilustra o levantamento realizado para esta pesquisa. Além das informações de MCV-PF e MCV-PJ, ele apresenta a Linha de Tendência, que é um modelo matemático que possibilita reduzir impactos sazonais e, eventualmente, avaliar perspectivas de comportamento de uma série histórica. “A curva de tendência, representada pela linha tracejada, foi elaborada a partir do registro das médias móveis de 4 meses. O período compreendido pelo quadrimestre evita que eventos importantes criem um modelo de baixa confiabilidade. Como se verifica, a tendência de queda parece ser bastante consistente, apesar de haver sido minimizada no mês de dezembro, em função das festas de fim de ano. É importante verificar que a mesma Linha de Tendência em dezembro de 2014, apontava para um crescimento”, finaliza Kallmus.

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