O Brasil registrou as primeiras duas mortes no mundo provocadas pela febre do Oropouche, doença similar à dengue causada por um vírus transmitido pela picada de um mosquito.
Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia, local dos óbitos, as vítimas eram duas mulheres de 24 e 21 anos, que faleceram, respectivamente, em 27 de março, em Valença, e 10 de maio, em Camamu.
“As pacientes apresentaram um início abrupto de febre, dor de cabeça, dor retro orbital [no fundo do olho] e mialgia, que rapidamente evoluíram para sintomas graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramento e hipotensão”, disse a pasta.
“Até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença”, diz um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (25).
De acordo com a nota, um óbito está em investigação em Santa Catarina. Em 2024, já foram registrados 7.236 casos de febre do Oropouche em 20 estados do Brasil, aumento de 770% sobre 2023, a maioria deles no Amazonas e em Rondônia.
A doença é causada por um arbovírus isolado no país pela primeira vez em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
A transmissão do Oropouche é feita principalmente pelo mosquito conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, e os sintomas da doença são semelhantes aos da dengue, como febre alta, dor no corpo, calafrios, náuseas, vômitos e diarreia.
O nome Oropouche deriva da região do rio homônimo em Trinidad e Tobago, no Caribe, onde o vírus foi detectado pela primeira vez, em 1955.