Nesta sexta-feira (13), quatro estudantes brasileiros foram condecorados em Cuba, com medalhas de ouro e prata, após participação na 17ª edição da Olimpíada Iberoamericana de Biologia (OIAB). Todos os participantes haviam passado por capacitação no Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde (SES/SP), em maio de 2024.
Marcos Paulo Gonçalves Santos e Arthur Kui, levaram o ouro e David Li Chiun Liu e Pedro Perry Resende, a prata. Eles já haviam recebido medalhas de ouro na 20ª Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), organizada pelo Instituto Butantan em parceria com a Escola Superior do Instituto Butantan (ESIB). A colocação permitiu que os jovens fossem convocados para uma capacitação no Butantan com duração de uma semana.
“Na OBB, os estudantes têm acesso a uma rede que os conecta ainda mais com os professores e cientistas da área, possibilitando, além das medalhas, vagas em universidades públicas, o que contribui para a formação de uma nova geração de cientistas”, explica Sonia de Andrade Chudzinski, pesquisadora e coordenadora nacional da competição.
Os estudantes do ensino médio foram submetidos a atividades e provas, teóricas e práticas, elaboradas pela equipe do instituto. Ao final, realizaram uma prova classificatória para a OIAB e para a Olimpíada Internacional de Biologia (IBO). Essa aconteceu em julho de 2024, no Cazaquistão. Três alunos capacitados no Butantan ganharam medalhas de prata e bronze na competição mundial, permitindo que o Brasil alcançasse o melhor resultado entre os países Ibero-americanos.
Impacto na vida dos jovens
Pedro Perry Resende, o único estudante de escola pública entre os competidores, conta que desenvolveu na escola uma iniciação científica sobre olimpíadas de conhecimento. “Eu já gostava e já participava, só que esse trabalho me fez perceber a importância de serem feitas olimpíadas científicas para incentivar o estudo no país”, reflete.
O jovem conta que, ao chegar no Butantan para receber a medalha de ouro e participar da capacitação, percebeu o quão importante era o que estava acontecendo, pois poderia conviver com grandes pesquisadores de um instituto renomado.
“A gente aprende a parte de conteúdo e a parte técnica, como pipetar, mas tem algo para além disso, que é o desenvolvimento do raciocínio para resolver questões de forma mais rápida e precisa”. Segundo Pedro, “o próprio contato com a biologia, mais aprofundado do que eu tinha antes, me ensinou a pensar diferente”.
Apesar da aptidão em biologia, Pedro tem preferência pela área de exatas e pretende seguir no curso de matemática aplicada ou bioinformática – para unir os dois mundos. Ele deve aplicar no vestibular também pela modalidade olímpica, disponível em instituições como a USP, Unicamp, Unesp, Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e Federal de Itajubá (UNIFEI). Os critérios de admissão dependem de cada instituição e da medalha obtida.
“Quando eu descobri essa possibilidade eu fiquei incrédulo, pois não havia mais aquela ideia de ‘ou eu preciso estudar para a olimpíada ou estudar para o vestibular’. Isso estar tão junto agora foi algo que me agradou muito”, completa o jovem.