Número de empresas trabalhando com prejuízo no setor de bares e restaurantes cai em agosto, aponta pesquisa da Abrasel

Resultados também revelam que as eleições de outubro podem impactar o faturamento de parte do setor

Pesquisa mensal da Abrasel trouxe notícias animadoras para o setor: o número de empresas que operam com prejuízo diminuiu em agosto. De acordo com o levantamento, 21% dos estabelecimentos registraram perdas no último mês, uma queda significativa em relação aos 26% observados em julho.

Crédito: Midjourney

Ao mesmo tempo, o percentual de empresas que conseguiram fazer lucro aumentou de 39% para 42%, enquanto 36% mantiveram equilíbrio financeiro (1% não soube responder ou não existia em agosto de 2024). A pesquisa foi realizada com 2.041 empresários em todo o país.

Os dados refletem a melhora no movimento captada pelo índice Abrasel-Stone, que registrou um crescimento de 4% em agosto, revertendo a tendência de queda observada nos dois meses anteriores. O índice apresentou uma melhora em 22 dos 24 estados analisados e, em comparação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 2%.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, comentou que a retomada das vendas em agosto é um bom sinal, mas o setor ainda enfrenta pressões significativas. “Hoje, 57% das empresas ainda não conseguem lucrar, e o setor tem enfrentado novas ameaças, como a concorrência das apostas online, as chamadas Bets. Essas apostas têm impedido uma retomada ainda mais forte em um momento de baixa no desemprego e de maior poder de compra da população“, afirma Solmucci.

A pesquisa também indicou que as eleições de outubro podem impactar o faturamento de parte do setor. Mais de um quarto das empresas, 27%, acredita que a votação reduzirá o faturamento em outubro, enquanto 15% esperam um aumento nas receitas. Para 58%, as eleições não terão influência.

Em relação à lei seca, vigente em algumas cidades durante o período eleitoral, 27% dos empresários acreditam que ela afeta negativamente o movimento. Outros 67% consideram a medida indiferente, e 6% a veem como positiva para o faturamento.

Paulo Solmucci destacou ainda a maturidade da democracia brasileira, apontando que a flexibilização de medidas como a lei seca em algumas regiões do país demonstra um avanço importante para os bares e restaurantes. “Alguns estados, como Minas Gerais, já não terão lei seca nas eleições este ano, o que o setor entende como positivo, pois a medida limita o funcionamento dos estabelecimentos“, reitera.

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