74 mil novos diagnósticos, somente em 2024. Esta é a marca que o câncer de mama deve registrar no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Desde o início da década de 90, quando a campanha Outubro Rosa surgiu nos Estados Unidos, a ciência vem avançando significativamente trazendo novos medicamentos, novas possibilidades cirúrgicas e maior precisão na radioterapia. No entanto, mesmo com toda a evolução da medicina, nada supera a importância da detecção precoce que eleva as chances de cura a 90%.
“Informação e atitude”, pontua Cristina Guimarães Inocêncio, diretora administrativa da Oncomed-MT. Com uma vida dedicada à oncologia clínica, a médica explica a importância de ambas. “Antes de mais nada, é fundamental que a população tenha acesso a informações corretas e claras sobre o câncer de mama. Sabendo do que se trata e das condutas preventivas, entra a vez da atitude, tanto para evitar condutas que favoreçam o aparecimento da doença quanto para manter uma rotina de consultas e exames capazes de realizar a detecção precoce.”
Acesso – Médica atuante na saúde pública e na rede privada, Cristina é defensora da melhoria do acesso ao diagnóstico e tratamento. “Lamentavelmente ainda temos uma absurda dificuldade para realizar consultas e exames em nosso país. O caminho em busca do diagnóstico é penoso e, muitas vezes, mesmo que a paciente tenha procurado ajuda a tempo, a demora na realização dos procedimentos abre espaço para que a doença avance e seja detectada tardiamente.”
O que fazer, então? – “Lutar, pedir ajuda, denunciar a dificuldade para realizar consultas, exames ou cirurgias. Buscar uma instituição de apoio às pacientes. Não desistir”, enfatiza. “É importante essa postura nas pacientes, seus familiares e amigos. E é fundamental que nós, profissionais de saúde, trabalhemos em prol dessa causa incansavelmente.”
Fundado na capital mato-grossense em 1996, o Grupo de Apoio aos Pacientes com Câncer (GAPCAN), é uma das instituições criadas com o propósito de amparar pacientes oncológicos da saúde pública e do sistema suplementar. “Nosso foco é defender a vida”, afirma a vice-presidente do Gapcan, Anna Edir Bumlai. “Todos os dias chegam até nós casos de pacientes que vivem um sofrimento dobrado: aquele gerado pelo câncer de mama e o outro pelas dificuldades de conseguir um tratamento necessário. Nossa missão é ajudar na conquista deste acesso, com a maior agilidade possível”, relata.