A decisão de realizar uma cirurgia de implante de prótese mamária é, muitas vezes, motivada pela busca por uma melhora na autoestima ou para a correção de questões estéticas ou reconstrutivas, como a reconstrução após a mastectomia (retirada da mama), ou a correção de assimetrias, quando uma mama possui tamanho muito diferente da outra.
No entanto, como qualquer procedimento cirúrgico, a colocação de próteses mamárias pode trazer complicações ou, com o passar do tempo, necessitar de reparos, especialmente se o procedimento foi realizado há bastante tempo, quando as técnicas e os materiais não eram modernos como são hoje em dia.
Entre as principais razões para insatisfação com as próteses mamárias, explica o médico Dr. Haryson Guanaes Lima, médico graduado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, com mais de 30 anos de experiência, estão a assimetria, com uma discrepância no tamanho ou na posição das próteses; a formação de cápsula contrátil, que é uma reação do corpo formando uma cápsula fibrosa, que se torna endurecida e espessa, alterando o formato e a sensibilidade da mama; mudanças corporais, efeitos de gravidez, perda ou ganho de peso significativos, flacidez da pele, que podem afetar o resultado da cirurgia e gerar insatisfação, e até mesmo expectativas irreais em relação ao resultado da cirurgia, pois nem sempre o resultado é aquele esperado antes da cirurgia.
Por isso, é muito importante que o paciente tenha expectativas realistas sobre o resultado da cirurgia. A cirurgia plástica pode trazer melhorias significativas, mas não é uma solução para todos os problemas e não garante a felicidade plena, alerta explica a psicanalista Maristela Carvalho.
“É importante que a decisão seja tomada de forma consciente e autônoma, sem influências externas e absolutamente ciente de todas as questões que envolvem o procedimento. Quanto menos dúvidas, menos ansiedade e melhor a paciente será capaz de lidar com as mudanças em seu corpo”.
Ruptura da prótese
A evolução da tecnologia na fabricação de próteses de silicone, juntamente com melhores técnicas cirúrgicas e cuidados pós-operatórios, contribuíram para reduzir significativamente a incidência de rupturas. No entanto, é importante ressaltar que nenhum implante é totalmente imune a essa possibilidade, alerta o médico.
“Embora a frequência tenha diminuído significativamente nos últimos anos, o rompimento de próteses de silicone ainda é uma possibilidade e deve ser considerada, especialmente em casos de cirurgias mais antigas, forte impacto no local ou até mesmo defeito de fabricação do material”.
Caso a mama apresente alterações na forma ou tamanho a região fique dolorida ou sensível ao toque, endurecida ou menos maleável, o médico deve ser comunicado imediatamente.
A confirmação da ruptura é feita por meio de exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética.
Caso a ruptura seja confirmada e especialmente no caso das próteses mais antigas, há risco de o material sair de dentro da prótese, se espalhando para os tecidos adjacentes. Embora o risco seja pequeno, é importante que a cirurgia para a retirada seja feita o mais rápido possível, para evitar a formação de nódulos e dor local.
Renovação ou explante?
Nos demais casos de insatisfação, uma boa conversa com o médico para avaliar o que está incomodando e quais as opções possíveis para resolver o problema é sempre a melhor opção, avalia o Dr. Haryson.
“Deverão ser apresentadas opções como a troca das próteses mamárias, a realização de outras cirurgias para adequação de problemas que estejam contribuindo para a insatisfação, como a mastopexia, que visa elevar e remodelar as mamas caídas, retirando o excesso de pele e reposicionando os mamilos”.
Em outras situações, o desejo pode ser o da remoção completa das próteses.
“Muitas mulheres decidiram pela colocação das próteses muitos anos atrás, por pressões sociais e padrões de beleza que estão em constante transformação. Hoje, estas mulheres mudaram, assim como sua forma de pensar e os seus padrões de beleza. Muitas delas desejam ter o corpo natural, sem as próteses”, explica Maristela Carvalho.
Neste caso, a cirurgia exigirá, assim como na colocação da prótese, anestesia geral, uma pequena incisão, a depender da região onde está colocada a prótese, e um tempo de recuperação pós-operatório geralmente curto.
O tempo de repouso e retorno às atividades dependerá de cada paciente e será orientada pelo médico na consulta pré e pós-operatória.