A proposta de liberar a venda de medicamentos em supermercados, apresentada ao governo como medida para reduzir a inflação, enfrenta resistência do setor farmacêutico. Farmácias alertam para riscos à saúde e questionam a falta de orientação profissional nesses estabelecimentos.
Segundo a Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), medicamentos vendidos sem receita representam um terço das vendas do setor. Além da perda de faturamento, a entidade argumenta que a ausência de farmacêuticos pode gerar desinformação entre os consumidores.
Já a Associação Brasileira de Supermercados afirma que profissionais da área serão contratados para atender os clientes de forma remota. Em outros países, como Estados Unidos e Reino Unido, a venda de medicamentos em supermercados é comum.
Ao presidente Lula, representantes dos supermercados reforçaram que a medida poderia reduzir os preços dos medicamentos em até 30%. No entanto, a Abrafarma contesta essa estimativa e defende que o debate econômico não deve se sobrepor às questões de saúde.
“O tema é uma questão de saúde pública e deve ser tratado com seriedade, pois os impactos no médio e longo prazo podem ser prejudiciais”, afirmou Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma.