Enquanto milhões de brasileiros caem na folia no Carnaval, muitos aproveitam a folga para fugir da agitação e se conectar com a natureza. Neste ano, o Dia Nacional do Turismo Ecológico (1º de março), em meio ao período em que muitos conseguem fazer uma pausa no trabalho e na escola, oferece oportunidade para apreciar as riquezas naturais do Brasil, chamando a atenção para a possibilidade de uma relação mais equilibrada com o meio ambiente.
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Foto: Ana Duék/O Boticário – Cortesia
Em alta em todo o mundo, o turismo de natureza também é uma tendência entre os viajantes brasileiros. De acordo com pesquisa realizada em 2024 pelo Ministério do Turismo, esse tipo de viagem ocupa o segundo lugar na preferência dos turistas nacionais, sendo citado por 27% dos entrevistados, atrás apenas de Sol e Praia, com 59% da preferência dos brasileiros que fazem viagens de lazer.
Para ajudar as pessoas a encontrarem parques e áreas naturais próximos de suas casas, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza criou uma plataforma que indica destinos para experiências mais aventureiras ou tranquilas, inclusive com crianças. No endereço furesuabolha.com.br, o usuário responde perguntas rápidas sobre o tipo de programa que prefere e tem acesso a uma sugestão personalizada de destino na natureza.
Para quem pode investir mais tempo em viagens, o turismo de base comunitária, que envolve diretamente as comunidades locais na gestão das atrações, é uma opção enriquecedora que também está em alta. Segundo Emerson Oliveira, gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, a modalidade promove a conscientização dos visitantes, além de gerar renda e incentivar a proteção da biodiversidade. “Os viajantes tendem a estabelecer uma conexão emocional com a natureza nesse tipo de viagem. Além de experimentar uma sensação de bem-estar, os turistas passam a compreender melhor a cultura local e se tornam aliados na defesa da natureza”, afirma.
Carlos Augusto Figueiredo, professor do Instituto de Biociências da Unirio e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), reforça que o turismo sustentável em áreas naturais pode ser um importante aliado para a conservação. “A interação com paisagens extraordinárias atende ao desejo humano de contato com a natureza, mas é fundamental que essa exploração seja sustentável para garantir a preservação dos recursos naturais“, explica Figueiredo.
Turismo responsável
Antes de planejar a próxima viagem, no entanto, é importante tomar algumas precauções. Oliveira ressalta a importância de um bom planejamento. “Além de pesquisar sobre o destino, é crucial pensar nos impactos positivos e negativos que a visita pode causar. Muitas vezes, a contratação de guias especializados é importante para garantir a segurança e a preservação dos locais visitados”, comenta. “A responsabilidade e o respeito pelos ambientes naturais são fundamentais para garantir que o ecoturismo seja uma experiência positiva para todos os envolvidos”, completa.
A Fundação Grupo Boticário tem apoiado diversas iniciativas voltadas ao turismo responsável em áreas naturais do País. Um dos exemplos desse tipo de negócio incentivado é a startup Vivalá, que promove expedições turísticas para unidades de conservação terrestres e marinhas, com foco na interação com a natureza e com as comunidades locais. Além de atuar como operadora turística, a Vivalá também capacita micro e pequenos empreendedores locais para receber turistas. A empresa oferece roteiros para destinos como Amazônia, Pantanal, Lençóis Maranhenses, Jalapão e Chapada dos Veadeiros.
Outro exemplo de iniciativa que conta com a participação da Fundação Grupo Boticário é a Grande Reserva Mata Atlântica. Um movimento que envolve uma vasta rede de parceiros para conservar o último grande remanescente contínuo de Mata Atlântica no mundo, numa região que abrange 60 municípios de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Entre os objetivos do movimento está promover o desenvolvimento socioeconômico aliado à conservação da natureza, tendo o turismo como principal motor de transformação. Interessados em conhecer os atrativos do bioma podem buscar experiências no site do movimento.
Dicas para o turismo sustentável na natureza
Escolha bem os destinos e os fornecedores
A viagem começa com uma boa pesquisa. É importante avaliar se os destinos estão preparados para receber os turistas, evitando locais que já operam além dos limites sociais e ambientais. Vale procurar empresas que adotem práticas sustentáveis e mantenham parcerias positivas para a comunidade local.
Reduza a pegada de carbono
Priorize meios de transporte que poluem menos, optando por deslocamentos de trem, carro elétrico, bicicleta e, sempre que possível, caminhadas.
Respeite e valorize a cultura local
Vale a pena aprender sobre a cultura e as tradições locais antes de viajar. Ao comprar artesanato e produtos de comerciantes locais e pequenas empresas, você apoia a economia e o desenvolvimento socioeconômico da comunidade.
Participe de atividades responsáveis
Cuidado com passeios que possam prejudicar animais ou ecossistemas naturais. Evite tocar em corais, alimentar animais ou participar de atrações que explorem animais.
Economize água e energia
O uso consciente de água e energia também deve fazer parte de uma viagem sustentável. Lembre-se que você poderá ficar alguns dias no local, mas os moradores precisam contar com esses recursos durante o ano inteiro.
Pratique a reciclagem e o descarte responsável
Tenha cuidado com os resíduos que você possa gerar. Leve sempre uma sacola para recolher e descartar corretamente embalagens e outros itens.
Apoie projetos de conservação
Para ampliar o impacto positivo, você pode participar de iniciativas como o plantio de árvores, programas de voluntariado e ciência cidadã, entre outras possibilidades.