Downhill Urbano: Por apenas 9 centésimos, eslovaco Filip Polc garante o hexa na “Descida das Escadas de Santos”

Por apenas 9 centésimos, eslovaco Filip Polc garante o hexa na “Descida das Escadas de Santos” na estreia no novo circuito, no Morro do Pacheco.

Filip Polc no trono - Crédito: Natasha Guerizze

Filip Polc no trono – Crédito: Natasha Guerizze

O circuito mudou, a dificuldade aumentou consideravelmente, mas o campeão segue o mesmo. Pelo sexto ano consecutivo, o eslovaco Filip Polc garantiu o título e foi novamente coroado na “Descida das Escadas de Santos”, a principal competição de downhill urbano da América Latina, que teve a final neste domingo (14), no Morro do Pacheco, no Centro da Cidade. O hexacampeonato foi conquistado de forma emocionante, por uma diferença de incríveis nove centésimos sobre o catarinense Lucas Borba.

O paulista Wallace Miranda, bicampeão em 2008 e 2009, ficou em terceiro lugar, seguido Guimerton Ribeiro Júnior e Silvio Cesar Felix Júnior. Sob um sol forte e com um grande público, inclusive em todo o percurso, composto por 514 degraus, em 600 metros de descida íngreme, o que se viu foram os atletas arriscando cada vez mais. Depois de 13 anos no Monte Serrat, o evento teve o novo cenário, no vizinho Morro do Pacheco.

Lucas Borba descendo - Crédito: Natasha Guerizze

Lucas Borba descendo – Crédito: Natasha Guerizze

Nas semifinais, Lucas Borba, oitavo colocado nas eliminatórias, surpreendeu, subindo para a segunda posição, à frente de Wallace. Mas Polc já mostrou a que veio, baixando de um minuto. Já na super decisão, os ciclistas foram se superando e quatro dos cinco finalistas baixaram de um minuto. Wallace fez tempo melhor do que o de Polc na semi, 59.400; logo depois desceu Lucas, ainda mais veloz, com 58.985; e por último o hexacampeão, que mesmo errando no início, recuperou seu traçado, para se consagrar de vez como o “Rei de Santos”, com 58.895.

“Minha corrida não foi ideal, cometi alguns erros. No começo do percurso, senti ter batido em uma das placas, perdi um pouco de controle e até equilíbrio, tanto que a diferença foi muito pequena. A partir daí, acabei perdendo a chance de baixar mais o tempo. Por mínimo que seja o seu erro, ele compromete bastante. Mas me concentrei em ganhar mais velocidade. Não foi fácil, mas no final deu certo”, destacou Polc.

O eslovaco também curtiu muito o novo percurso e a comunidade que recebeu muito bem o evento. “A pista é ótima, mais radical e a população é muito acolhedora. E com escola de samba, tornou tudo mais divertido e prazeroso. Uma ótima combinação”, afirmou, referindo-se a animação feita pela bateria da Escola de Samba Unidos dos Morros, campeã do Carnaval santista deste ano e que foi criada justamente no Morro do Pacheco.

O supercampeão de downhill também elogiou os rivais brasileiros e, ao mesmo tempo, provocou, em tom de brincadeira. “É legal perceber que eles evoluíram, ainda mais num percurso diferente. Eles aguentaram muito bem a pressão. Mas eu ainda estou um pouquinho à frente deles (risos)”, disse. “Talvez com mais treino, possam ir melhor do que eu nos próximos anos”, complementou.

Polc descendo - Crédito: Natasha Guerizze

Polc descendo – Crédito: Natasha Guerizze

O segundo colocado, que por pouco mais de um minuto teve a coroa de campeão (antes de Polc fazer a sua descida final), não escondeu a tristeza em ser superado por nove centésimos. “Não tem muito o que falar. É menos que um piscar de olhos. A gente está perto, está no caminho certo. Fiquei chateado. Sempre queremos ganhar. Mas mostramos que o nosso nível está aumentando, que o brasileiro tem condições como qualquer outro. Temos dois braços, duas pernas, dois olhos, tudo igual. É dedicação e confiar em si mesmo”, falou o atleta de Ibirama.

Assim como Polc, ele aprovou a nova pista e a torcida. “É muito legal. E o calor das pessoas bem pertinho, foi muito show mesmo”, comentou o vice-campeão. “Gostei muito. O circuito tem muito a evoluir ainda. No Monte Serrat não tinha muito para onde ir e aqui vai dar para explorar bastante e o show vai ficar cada vez melhor para a galera”, complementou Wallace, sintetizando o resultado final. “A galera arriscou bastante, todos tiveram erros, por ser uma pista ainda não conhecida e acabou vencendo quem errou menos”, explicou.

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, elogiou o evento, em sua 14ª edição consecutiva e a participação popular. “Ver esse público recebendo tão bem a competição, os atletas, mostra como a população santista é acolhedora. A comunidade do Morro do Pacheco também deu um show de cordialidade, receptividade”, destacou.

O presidente da Confederação Brasileira de Mountain Bike, Marcelo Coelho, idealizador e organizador da “Descida das Escadas de Santos”, ficou satisfeito com o novo cenário da disputa, destacando a novidade do percurso. “Nós colocamos gás nos pilotos, colocamos gás. O evento mudou completamente. Não esperava tudo isso. Estamos há 13 anos no Monte Serrat e uma pista ao lado e não conhecia esse espaço. Local maravilhoso”, argumentou.

Ele também elogiou a participação efetiva dos moradores do Morro do Pacheco em todos os processos do evento. Foram cerca de 200 pessoas da própria comunidade atuando como fiscais e auxiliando em outras funções. “Foi maravilhoso, uma comunidade receptiva. Houve essa ligação, esse corpo a corpo de trabalhar, fazer acontecer. Eles botaram a mão na massa”, finalizou.

A 14ª Descida das Escadas de Santos teve os patrocínios da Caixa Econômica Federal, Coppertone, Dolly, Fox, Gelog, Integralmédica, Porto de Santos, Riachuelo, Ricardo Eletro, Prefeitura Municipal de Santos, Rexona, Sherwin Williams, com apoios do Instituto Amigos do Pacheco e da ONG Sem Fronteiras. A idealização e organização é da CBMTB – Confederação Brasileira de Mountain Bike.

Prefeito Paulo Alexandre premia Filip Polc - Crédito: Natasha Guerizze

Prefeito Paulo Alexandre premia Filip Polc – Crédito: Natasha Guerizze

RESULTADO FINAL

1 – Filip Polc (Eslováquia) – 58.895

2 – Lucas Borba – 58.985

3 – Wallace Miranda – 59.400

4 – Guimerton Ribeiro Júnior – 59.983

5 – Silvio Cesar Felix Júnior – 1:00.914

TEMPOS DA SEMIFINAL

1 – Filip Polc (Eslováquia) – 59.433

2 – Lucas Borba – 1:00.252

3 – Wallace Miranda – 1:00.254

4 – Guimerton Ribeiro Júnior – 1:00.738

5 – Silvio Cesar Felix Júnior – 1:01.157

6 – Mario Jarrín (Equador) – 1:01.363

7 – Gabriel Santos de Oliveira – 1:02.849

8 – Bruno da Silva Pinto – 1:03.239

9 – Ricardo Preciado (México) – 1:04.355

10 – Gabriel Giovannini – 1:12.462 (sofreu queda no percurso)

Fonte: Cronomap Timing

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