Campo Grande (MS) – Através do programa de recuperação de pastagens degradadas “Terra Boa”, projeto recém-lançado na terça-feira (8), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo”, o governo de Mato Grosso do Sul espera beneficiar o pequeno produtor com o auxílio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), conforme afirmação do chefe do Executivo Estadual, Reinaldo Azambuja. “Quero agradecer a Agraer, instituição que não só idealizou o nome do programa, mas que também será uma grande fomentadora das ações. Junto de sua equipe, o Enelvo [diretor-presidente da Instituição] idealizou o nome ‘Terra Boa’. Sei que a Agraer vai levar o programa, praticamente, a todos os assentamentos rurais. Nós, do governo do Estado, vamos dar ao pequeno produtor a possibilidade de recuperação de solo ”.
A ideia segundo Azambuja é dar oportunidade igualitária ao grande, médio e pequeno produtor. “É um programa que a Agraer deu paternidade ao nome ‘Terra Boa’. Vai ser um conjunto de ações nossa, da Agraer e da Sepaf [Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar] para fomentar essa produção em todas as áreas que nos entendemos ser essenciais. É importante lembrar que o processo de reforma agrária não é só dar acesso à terra, mas, principalmente, dar condições de sustentabilidade e renda a esses pequenos produtores, dos assentamentos de Mato Grosso do Sul”.
Comunidades agrícolas que possuem um ambiente favorável de produção que através do programa será ainda mais estimulado pelo governo do Estado via Agraer, garantiu Reinaldo. “São condições que queremos promover como o ‘Terra Boa’ junto da Agraer, desenvolvendo a pesquisa, tecnologia e principalmente dando ao pequeno produtor o acesso ao mercado com a segurança devida, por meio das cooperativas de produção e temos belos exemplos de associações que já ocupam uma parte desse mercado consumidor”, observou.
A meta do programa é recuperar e manter a capacidade produtiva de áreas de pastagens que se encontram degradadas. Considerando os diferentes níveis de deterioração, estima-se que há de 7 a 8 milhões de hectares, em Mato Grosso do Sul, em situação de desgaste de solo.
Com a recuperação dessas terras, a perspectiva é alavancar a produção do grande ao pequeno produtor. “Mato Grosso do Sul importa ainda hoje cerca de 85% dos hortifrutigranjeiros de outros estados. Nós temos a capacidade de criar essa produção, ocupando o mercado interno e possibilitando ser um exportador também. Então, eu não tenho dúvidas que temos que fomentar o desenvolvimento de um programa como esse, pois é um ganho coletivo para todos nós”, enfatizou.
Ganhos que o setor rural prova ser capaz de trazer, conforma aponta algumas pesquisas nacionais. “Não precisa dizer da importância da agropecuária no PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil. Quem viu o resultado de uma das últimas pesquisas do IBGE pode observar que o único segmento com resultados positivos foi a agropecuária que cresceu 1,8%, ao contrário de todos os outros segmentos que não foram favoráveis, o que desencadeou um PIB negativo durante o ano”.
“A agropecuária pode responder rapidamente ao programa ‘Terra Boa’. Agora, queremos conclamar as entidades parcerias, porque se nós implementarmos em cinco anos, as áreas recuperadas irão para mais de 2 milhões de hectares, o que permite gerar mais de nove mil empregos no campo”.
Postos de trabalho que terão impactos positivos na vida da população rural e urbana, avaliou Azambuja. “Gerar emprego é gerar renda. Com isso se fortalece o comércio, abre oportunidades, agregar valor aos produtos e junto a produção vem a agroindústria. Essa é uma equação que funciona bem”, afirmou Azambuja ao vislumbrar os principais objetivos do programa que tem como base a melhoria das terras sul-mato-grossenses, “É um programa que não está acabado. Foi implantado, mas sofrerá formatações até mesmo para aprimorar mais a capacidade produtiva em busca de transformar áreas degradas em áreas produtivas”.