Movimento do Comércio em fevereiro ficou abaixo do mesmo período em 2015

Os 78 pontos registrados ficaram abaixo dos 91 atingidos no ano passado; historicamente março é um mês de melhora para o comércio, mas o índice de fevereiro deve permanecer.

Foto: Álvaro Barbosa/Arquivo

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A Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) apurou por meio do Boletim do Movimento do Comércio Varejista (MCV), que o mês de fevereiro foi o pior para o comércio da Capital dos últimos anos. No período, os 78 pontos alcançados estão acima dos 74 atingidos no mês de janeiro, mas muito abaixo do mesmo mês em 2015, quando registrou 91 pontos. “Se comparado aos anos anteriores, o resultado é ainda mais preocupante. Basta considerar que em 2013 esse mesmo indicador era 99”, analisa o economista da ACICG, Normann Kallmus.

MCV/ACICG é um índice apurado a partir da evolução dos dados do setor, englobando as transações realizadas entre empresas e também entre consumidores e o comércio. Considerando a sazonalidade característica da atividade comercial, o MCV foi desenvolvido com base fixa definida pela média do desempenho do ano de 2014. O Índice é composto de dois outros sub índices que ajudam a avaliar sua evolução: o MCV-PF, que analisa as transações entre Pessoas Físicas e as empresas do setor terciário, e o MCV-PJ, que avalia as transações entre as empresas.

Conforme o economista da ACICG, Normann Kallmus, o MCV-PJ em fevereiro de 2016 foi de 75. O mesmo indicador em fevereiro de 2013 foi de 97, em 2014, 95 e em 2015, 93. “Em um ano tivemos uma perda de 18 pontos. As razões para tal comportamento parecem ser: a queda do poder de compra do consumidor; a inflação de custos, que restringe ainda mais a demanda, e a alteração da carga tributária estadual, que freou a reposição de estoques para nova composição de preços”, analisa Kallmus

O MCV-PF de fevereiro foi de 79 pontos, contra 90 no mesmo mês de 2015, e 87 pontos registrados em fevereiro de 2014, “demonstrando novamente uma redução significativa das transações registradas para o mês”, lembra o economista.

Foto: Divulgação

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Previsão para março – O economista da ACICG, Normann Kallmus comenta que a previsão para o mês de março apresenta uma pequena melhora. “Uma análise da série histórica demonstra que os resultados do mês de março sempre foram melhores do que os de fevereiro. Isso projeta alguma expectativa ligeiramente otimista em relação a esse mês. No entanto, um aprofundamento do comportamento politizado do COPOM, poderá sinalizar ao mercado que o governo está mais interessado em manter-se no poder do que combater a inflação, o que trará resultados extremamente danosos, em especial para os estratos mais baixos de renda”, afirma

Linha de Tendência – O gráfico abaixo ilustra o levantamento realizado para esta pesquisa. Além das informações de MCV-PF e MCV-PJ, ele apresenta a Linha de Tendência, que é um modelo matemático que possibilita reduzir impactos sazonais e, eventualmente, avaliar perspectivas de comportamento de uma série histórica. “A tendência de queda é consistente, apesar de ter sido calculada incluindo-se o aumento verificado em dezembro. Para captar o comportamento sazonal mencionado, elaboramos alguns exercícios que indicam que em uma projeção otimista, março poderá apresentar tendência de estabilidade em relação a fevereiro e consequente queda em relação aos anos anteriores”, sinaliza Kallmus.

Pontos de Atenção – O empresário deve estar atento a alguns aspectos que podem se constituir em ameaças ou oportunidades aos negócios nas próximas semanas. “Na esfera federal, o enfraquecimento político do governo deverá aumentar a probabilidade de “impeachment”, resultando em afastamento total das condições para discutir aumentos ou criação de novos tributos. O mercado reagirá positivamente se houver uma definição da substituição da presidente, trazendo alguma perspectiva menos negativa para o horizonte próximo, com provável reação positiva das bolsas de valores e redução da taxa de câmbio, arrefecendo a inflação. A CPMF continua sendo somente uma distração para quem não quer enfrentar a realidade do aumento da carga tributária estadual”, finaliza o economista da ACICG, Normann Kallmus.

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