A colheita de soja está chegando ao fim e já é possível contabilizar prejuízos ao bolso do produtor rural causados pelo excesso de chuvas ao longo do ciclo 2015/16. Segundo dados do Siga MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de MS), não haverá quebra significativa de safra, inclusive porque a produtividade se mantém a mesmo ciclo passado e o resultado estimado de produção se mantém em 7,5 milhões de toneladas de soja. No entanto, as perdas diretas aos produtores podem ultrapassar R$ 100 milhões.
Chuvas
De acordo com o analista de grãos do Sistema Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), Leonardo Carlotto, 41 mil hectares de soja não serão colhidos no Estado. Isso se deve aos danos causados pelo excesso de chuvas, que geraram avarias no grão, mofos e, em alguns casos, até impediram o acesso de maquinários nas lavouras para colheita.
Esses 41 mil hectares não colhidos, portanto, significam perdas ao produtor que investiu e realizou plantio nessas áreas. Ou seja, de maneira geral, a produção foi positiva, mas, para alguns produtores, as perdas foram grandes, resultando em colheita bem abaixo da média do Estado.
“Se considerarmos que o custo de produção de cada hectare ao agricultor é de R$ 2.452, já temos um prejuízo direto de R$ 100 milhões aos produtores do Estado, considerando os 41 mil hectares não colhidos”, explica Carlotto.
Números positivos
De acordo com o analista, esses números ainda não estão finalizados, mas indicam que a safra 2015/16 poderia ter sido ainda mais positiva para Mato Grosso do Sul caso as condições climáticas tivessem sido mais favoráveis.
Sobre isso, Carlotto também estima que o Estado poderia ter arrecadado ainda três vezes mais que o valor dessa perda. “Mato Grosso do Sul poderia ter movimentado cerca de R$ 300 milhões a mais em comercialização, tributação e movimentação da cadeia produtiva, caso os campos não tivessem apresentado a perda que está sendo estimada para este ciclo”, detalha.
Esse montante que deixou de circular no Estado também está relacionado aos ganhos que seriam obtidos graças ao aumento real de área plantada.
Crescimento
Nesta safra houve aumento de área plantada, cujo crescimento foi de 8% no comparativo com o ciclo 2014/2015. A projeção inicial para a safra de soja 2015/16 era de 2.420 milhões de hectares, mas os levantamentos do Siga MS do último dia 18 confirmaram a utilização de 2,5 milhões de hectares, o que representa que o crescimento foi o dobro do projetado.
Se as condições climáticas tivessem sido mais favoráveis, a produção em Mato Grosso do Sul certamente atingiria 7,9 milhões de toneladas de soja. A produção não atingirá esse valor, no entanto, a estimativa se mantém positiva e recorde, chegando a 7,5 milhões de toneladas. Esse número é superior aos 7 milhões de toneladas colhidas na safra 2014/15, ou seja, meio milhão de tonelada acima do último ciclo.
Sobre a Aprosoja/MS – A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul é uma entidade representativa de classe sem fins lucrativos constituída por produtores rurais ligados à cultura de soja. Ela faz parte do Sistema Famasul, assim como o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), a Funar (Fundação Nacional de Aprendizagem Rural) e Sindicatos Rurais. Seu objetivo central é unir a classe, valorizando-a. A sede da Aprosoja/MS está situada em Campo Grande, mas mantém canal de comunicação aberto com os sojicultores de todo o Estado através dos Sindicatos Rurais dos mais de 400 produtores de soja a eles associados.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Aprosoja/MS