Primeira Barreira Vegetada é inaugurada em Porto Alegre (RS)

Ecobarreira no Arroio Dilúvio em Porto Alegre (RS). – Foto: Divulgação

Ecobarreira no Arroio Dilúvio em Porto Alegre (RS). – Foto: Divulgação

Na última segunda-feira (28/03), às 14h, a prefeitura de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, inaugurou a Ecobarreira do Arroio Dilúvio. Estavam presentes o prefeito José Fortunati, representantes dos departamentos de Esgotos Pluviais (DEP) e de Limpeza Urbana (DMLU), bem como das empresas Safeweb, Ecotelhado e do Instituto de Pesquisas Hidráulica (IPH) da UFRGS. A barreira está localizada na Avenida Ipiranga, entre as avenidas Borges de Medeiros e Edvaldo Pereira Paiva.

A estrutura é uma barreira ecológica que atravessa o Arroio Dilúvio de um lado a outro, com aproximadamente 40 metros, e uma gaiola (armadilha) que deve ser içada trazendo os resíduos para a superfície. O objetivo da obra é impedir a chegada dos sólidos flutuantes do Arroio Dilúvio ao lago Guaíba, retirá-los do local e assim reduzir a quantidade dos mesmos que, por ação da corrente e dos ventos do Guaíba, depositam-se nas suas margens. “O que vier a ser feito neste projeto, poderá ser estendido a outras bacias hidrográficas da cidade, principalmente no tocante às ações educativas”, destaca o diretor-geral do DEP, Tarso Boelter.

A partir de agora, terão início os testes operacionais para alinhar o funcionamento da barreira. A barreira ecológica deverá operar por um máximo de cinco anos, conforme acordo previsto entre a Prefeitura de Porto Alegre e a empresa Safeweb. Ao fim do primeiro ano de funcionamento, no qual ocorrerão ajustes operacionais, a municipalidade optará por desativar a obra, ou mantê-la em operação até o fim do quinto ano, caso julgue-a adequada. Este projeto também pretende alavancar ações de cunho ambiental, divulgando princípios de sustentabilidade que a sociedade deve assumir em busca da preservação ambiental.

Garça na Ecobarreira. – Foto: Divulgação

Garça na Ecobarreira. – Foto: Divulgação

A limpeza do material flutuante, que começa após a inauguração da ecobarreira, contará ainda com equipe de 25 garis, caminhões de apoio e 2 barcos. O diretor-geral do DMLU, André Carús, destaca que o principal objetivo da limpeza é sensibilizar a população para o descarte adequado dos detritos. “Com a implantação da ecobarreira, vamos tentar reduzir a quantidade de resíduos que acabam caindo no Lago Guaíba. O DMLU irá coletar o material da Ecobarreira, categorizar os tipos de sólidos flutuantes recolhidos e dará, posteriormente, o destino adequado”, disse. Conforme o Novo Código de Limpeza Urbana, jogar, descartar ou abandonar resíduos nas margens ou dentro de rios, córregos e arroios é considerado multa gravíssima, e o infrator fica sujeito à multa de até R$ 5.256,14.

O prefeito José Fortunati também salientou a necessidade de todos os moradores estarem atentos a este assunto e não descartarem lixo de forma irregular. “A limpeza urbana de Porto Alegre é muito boa se comparada ao resto do Brasil, é uma cidade modelar. Temos aumentado o investimento, mas há muita gente que ainda não colabora com a cidade, despeja de forma irregular o lixo”, afirmou.

Instalação Ecobarreira. – Foto: Divulgação

Instalação Ecobarreira. – Foto: Divulgação

Na área da Educação Ambiental, a barreira passará à população facilidades para que entendam os objetivos da obra, e principalmente, que pratiquem os preceitos da Lei 11.445/2007, que estabelece diretrizes para o saneamento básico. O DEP, em parceria com o IPH, pretende realizar edições do curso Multiplicadores Ambientais, voltado para lideranças comunitárias e moradores da bacia do Dilúvio. A programação incluirá palestras de sensibilização, trilha ecológica pelo Parque Saint’Hilaire, onde está localizada a nascente do Arroio Dilúvio, para a visualização da barragem Lomba do Sabão, e após uma visita no local onde está a barreira ecológica. Durante o percurso de ônibus do parque até a barreira ecológica será realizada uma explanação da ação do homem sobre o arroio e suas consequências, desde a nascente até a foz, para que os participantes percebam as mudanças em relação à vegetação, clima e demais impactos da degradação ambiental do riacho. O objetivo é que esta vivência possa despertar a consciência ecológica nos presentes, para que a partir da visualização da degradação anseiem pela preservação do que ainda resta, e atuem como Multiplicadores Ambientais.

Foto: Divulgação

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A ideia e investimento são da empresa de segurança de informação Safeweb, com sede na Capital. A obra foi construída entre janeiro e março, custando R$ 250 mil, e o preço de operação mensal para a empresa deve ficar em torno de R$ 10 mil, principalmente em função do pagamento de um operador e um segurança. A retirada do lixo deve ser feita diariamente. “Vamos botar para funcionar, fazer testes e melhorias e, se possível, colocar em outros arroios. O objetivo é proteger o Guaíba”, explicou o vice-presidente da Safeweb, Luiz Carlos Zancanella Junior. As obras para a instalação da Ecobarreira foram iniciadas em janeiro e cumpriram o cronograma de inauguração, segundo o diretor do Departamento Municipal de Lixo Urbano (DMLU), André Carús.

Protótipo Ilhas Flutuantes para tratamento de água. Esse lago era lodoso e não se enxergava o fundo, hoje em dia vemos até os peixes coloridos.

A estrutura de ilhas flutuantes foi montada pela Ecotelhado, especializada em produtos sustentáveis, como telhados verdes, paredes verdes, cisternas, sistema de reuso de água, ecoesgoto, pavimentos permeáveis, ilhas flutuantes e projetos arquitetônicos sustentáveis. Nas ilhas flutuantes foram plantadas mudas de capim-vetiver, cujas raízes submersas devem dar mais resistência à barreira e também ajudar a filtrar a água. Debaixo da água, a profundidade da estrutura é de apenas 20cm, mas as raízes podem chegar a até 1,50m, auxiliando na limpeza da água.

O telhado verde, também instalado na obra, funciona como isolante térmico, absorvendo água da chuva. Você sabe qual a relação entre Ecotelhado e Ecobarreira? É a água da chuva que transporta o lixo até os arroios, através do sistema pluvial, e os telhados verdes retém esta água, diminuindo o volume do pluvial, consequentemente, menos água para arrastar o lixo para os bueiros.

Foto: Divulgação

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Ecotelhado ajuda na retenção de água, melhora o conforto térmico, qualidade do ar. Veja mais qualidades clicando na imagem.

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