Senar/MS mobiliza visita à Expogrande para produtores de Terenos e Jaraguari

Foto: Divulgação

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Um dia repleto de conhecimentos e que possibilitou a troca de experiências sobre produção leiteira. Essa foi a definição dos 40 produtores familiares que visitaram a 78ª Expogrande, na Capital, na última quarta-feira (14). O grupo é atendido pelo programa Mais Leite do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e mora nos municípios de Terenos e Jaraguari.

A iniciativa está prevista na metodologia de trabalho do ATeG – Assistência Técnica e Gerencial que tem a finalidade de estimular a tecnificação e capacitação da atividade leiteira, entre os produtores da agricultura familiar. O acompanhamento é feito mensalmente nas propriedades e vai desde orientação no manejo até a gestão da empresa rural, visando o aumento da produtividade e lucratividade.

Para Estelita da Cunha Junqueira, produtora de leite no município de Jaraguari, a visita foi uma oportunidade de aprender mais sobre o processo produtivo da pecuária de leite. “Minha história não é diferente de muitos outros pequenos produtores. Fiz um investimento grande na propriedade para ter pasto o ano inteiro e me vi numa situação que não conseguia aumentar a produção e comecei a amargar os prejuízos. Nessa época conheci o Senar/MS e consegui participar do Mais leite e, depois de um ano de boas orientações, posso dizer que estou ‘colhendo’ os resultados”, comenta divertida.

Na avaliação da produtora, o que mais chamou atenção na visita foram as passagens pelos estandes especializados em genética. “Foi uma verdadeira aula e pude aprender mais sobre quais as melhores opções para inseminação artificial e tirar dúvidas sobre animais com maior produtividade”, acrescenta.

Temas da atualidade – Moradora no assentamento Santa Mônica, em Terenos, Rose dos Santos, reforça que a assistência técnica proporcionou segurança para trabalhar e diversificar as atividades na propriedade. “Participo da Cooplaf – Cooperativa Agrícola Mista da Pecuária de Corte e Leiteira e da Agricultura Familiar de Terenos, e acredito que o produtor, independente da atividade, precisa ter estabilidade para produzir. O trabalho da assistência técnica nos mostrou que mudanças simples poderiam aumentar nossa produtividade, por isso, resolvi encarar também o desafio de produzir hortifrutigranjeiros”, detalha.

Para Rose, o evento que mais chamou a atenção foi a palestra de Sucessão Familiar, ministrada pelo instrutor Rui Gessi, do Senar/MS. “Considero uma experiência riquíssima, que me fez analisar de que forma estou conduzindo a administração da minha propriedade. Eu e meu marido trabalhamos com nossos três filhos e desejo que eles deem continuidade ao que começamos”, argumenta.

A reação do produtor familiar José Antônio de Oliveira, de Jaraguari, sobre o tema também foi reflexiva. Ele conta que está satisfeito com a orientação recebida na propriedade, mas, que os filhos foram para cidade em busca de melhores oportunidades. “No período de um ano aumentei minha produção de leite em 60%, o que me deixou muito feliz. No entanto, fico pensando que o resultado poderia ser melhor se meus filhos ainda estivessem trabalhando comigo”, considera.

Entre as oficinas oferecidas pelo Senar/MS está a palestra de Sucessão Familiar que apresentou a necessidade de se profissionalizar as atividades das empresas rurais, mesmo quando feitas apenas por membros de uma família. O engenheiro agrônomo e instrutor da instituição, Rui Gessi, pontua dois fatores que tem de ser considerados inicialmente. “É importante que o produtor e sua família vejam a propriedade como uma empresa rural que necessita da participação de todos, tanto nas decisões quanto nos lucros. Em seguida delimitar as funções e remuneração para cada membro, pois, um dos maiores motivos do êxodo familiar é a busca por independência financeira”, aponta.

O profissional acrescenta que o diálogo é determinante para o sucesso de uma propriedade, fortalecendo o relacionamento familiar e o comprometimento dos herdeiros. “Em todas as palestras procuro explicar que é preciso ter flexibilidade na condução dos negócios. Muitos pais ainda não aceitam dividir o comando das atividades com seus filhos, por acharem que não tem a experiência necessária. Não é assim que funciona, é preciso chamar todos para o trabalho identificando a afinidade em cada setor, como por exemplo, operacional, administrativo, comercial e de assistência técnica”, finaliza.

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