Quem já teve algum problema bucal sabe que é uma situação nada agradável. Mas você sabia que ter algum problema na boca, mesmo sem dor, pode prejudicar a prática de atividade física e mais, pode até levar a morte?
Em 2011 um atleta de basquete do Internacional/Santos, time da primeira divisão do Campeonato Paulista de basquete morreu de endocardite bacteriana, que teve origem em uma infecção bucal. Laurence Young estava com 30 anos.
Os problemas bucais mais comuns que acometem os atletas, a ponto de prejudicar o rendimento, são a cárie, que pode causar dor; a doença periodontal (na gengiva), pelo quadro infeccioso que diminui a resistência do organismo; disfunções da articulação temporomandibular (ATM) que pode originar cefaleias insuportáveis e a respiração bucal que traz uma ineficiência do aproveitamento do oxigênio pelo organismo.
É comum também que pessoas que praticam atividade física, como musculação ou levantamento de peso, tenham mais bruxismo (ranger ou apertar os dentes), que podem causar fraturas dentárias, dores nas articulações e musculares, até problemas ósseos, gengivais e de canal.
Todas essas questões serão abordadas durante o I Congresso Brasileiro de Saúde no Esporte, que será realizado entre os dias 9 e 11 de maio, em Campo Grande, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo.
Quem abordará o assunto será o Dr. Eli Luis Namba, durante a palestra “Problemas Bucais e Rendimento Esportivo”, no dia 10 de maio, das 8h às 10h.
“Vou abordar desde a parte nutricional. As consequências da nutrição esportiva no trabalho odontológico e vice-versa. As consequências do processo de infecção que podem levar o atleta a morte como foi o caso que já aconteceu aqui no Brasil. A interação entre problemas de processo inflamatório de boca com recuperação de lesões musculares”, explica Eli Namba.
No final do ano passado o Conselho Federal de Odontologia reconheceu que a Odontologia do Esporte agora é especialidade, portanto o assunto está em evidência. “Para o cirurgião-dentista é um campo novo. Agora com o reconhecimento do CFO é um novo mercado de trabalho que acaba se abrindo em equipes esportivas, trabalhos com atletas amadores e profissionais. Trabalhamos muito com a parte de proteção (protetores bucais), fazemos muita avaliação e pesquisa sobre a incidência dos traumas orofaciais em determinados esportes, e abordaremos tudo isso no Congresso”, complementa Eli.
Congresso
O evento que abordará a importância da multidisciplinaridade da saúde no esporte contará com a presença de profissionais e acadêmicos das áreas da Odontologia, Medicina, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Biomedicina e Educação Física, além de atletas e treinadores.
Uma palestra já confirmada é do jogador de futebol, Amaral, com passagens por grandes clubes brasileiros, internacionais e até mesmo pela seleção brasileira. Amaral, com expertise na área como atleta, abordará como a intervenção das várias áreas da saúde pode ajudar no rendimento de um esportista. O atleta é um exemplo, já que hoje aos 42 anos, ainda demonstra muito fôlego defendendo o time paulista Capivariano.
Na programação ainda estão previstas palestras que farão abordagem em todas essas áreas da saúde como, por exemplo, os temas”: Fisioterapia Preventiva na Prática Esportiva” e “Suplementação Esportiva”.
As inscrições para o Congresso já estão abertas e podem ser feitas pelo site: http://aboms.org.br/cbse/. O valor é de R$100 para profissionais e R$50 para acadêmicos.
O I Congresso Brasileiro de Saúde no Esporte ainda contará com espaço para trabalhos científicos. Os interessados deverão fazer as inscrições pelo e-mail: painelcientificocbse@gmail.com. Para os interessados em fazer a inscrição no painel científico, a taxa é de R$50, mas se já estiver inscrito no Congresso, o valor será de R$30.