Campo Grande (MS) – No próximo domingo, dia 15 de maio, o Som da Concha inicia sua temporada 2016 com show do duo Púrpura e de Geraldo Espíndola e banda. O show começa às 18 horas, na Concha Acústica Helena Meirelles, que fica no Parque das Nações Indígenas. A entrada é franca.
A abertura do show fica por conta do duo PúrPura, formado por Julio Queiroz e Erika Espíndola. O primeiro disco da dupla se chama “O Miolo Do Pão”, e traz canções inéditas, compostas por Julio e Erika.
O projeto partiu da necessidade dos dois artistas em mostrar uma nova face de suas carreiras, privilegiando uma sonoridade mais intimista e experimental, mas com grande preocupação na preservação da beleza e sentimento que a música deve ter.
O álbum foi produzido por Julio Queiroz, que utilizou uma grande fusão de instrumentos, como violino, tuba, guitarra elétrica, etc., almejando, assim, uma sonoridade que passeia do clássico ao underground.
A busca pelo diferente começou já na gravação; a dupla optou por fazer a captação de instrumentos como bateria, baixo, guitarras e bandolim numa chácara, na tentativa de fugir do caos urbano.
O PúrPura está no ar, fazendo uma música sincera, sensível e criativa, afim de conquistar um público sem distinção de estilos, de tribos, de idades.
Logo após, Geraldo Espíndola apresenta seu novo show, “O Pássaro do Pântano”, que apresenta canções de autoria própria e parcerias. São composições que trazem os elementos harmônicos e criativos que marcam o estilo pessoal de criação e interpretações dotadas do estilo peculiar do artista, com propostas harmônicas e rítmicas avançadas, misturando estilo regional e improvisações, ritmos brasileiros, rock, blues, reagge acompanhado pelos músicos Gabriel Basso no baixo, Gabriel Andrade na guitarra, Alex Cavalheri nos teclados e Fernando Bola na bateria.
Nessa busca de originalidade, Geraldo Espíndola conceitua a identidade cultural como o conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente compartilhados que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma sociedade. Tudo isso é de fundamental importância para uma região que ainda luta para amalgamar as diferenças étnicas e culturais.
Sob esta óptica, o trabalho de Geraldo Espíndola é um elo de memorização dessa identidade não consolidada e, em muitos casos, quase perdida, reunindo a abrangência da música contemporânea sob a influência dos ritmos que contam a história das relações humanas. Habitando o “outro lado de la frontera musical e fora do eixo central”, Espindola, segue com sua música reconhecida do grande público brasileiro e em parte do mundo, apresentando um vasto repertório regional, com ênfase para composições próprias que estão difundidas no Brasil, França, Alemanha, Tunísia e países da América do Sul.
Sua carreira profissional na música começou aos 15 anos, em 1967, pautada pelos festivais de música, nos quais ganhou prestígio e notoriedade, graças às inspiradas canções com as quais saiu vencedor. Participou das bandas, Lodo, Luz Azul e Tetê & O Lírio Selvagem, as duas últimas com vários de seus irmãos: Alzira, Celito e Tetê Espíndola. Geraldo era o principal compositor do repertório.
Nos 50 anos em que está na estrada e centenas de shows, Geraldo Espíndola teve canções gravadas por cantores de prestígio regional e nacional, como Zeca Baleiro, Almir Sater, Lecy Brandão, José Augusto, Raça Negra, Gian e Giovani, Tete Espindola, Grupo Tarancon, etc. Autor da clássica “Vida Cigana” contabiliza centenas de regravações, com variados cantores, assim como outros hits: É Necessário, Quyquyho, Cunhataiporã.
Na década de 60 Geraldo Espindola fundou a cena roqueira de Campo Grande, MS. Criou o histórico grupo Bizarros, Fetos e Pára-quedistas de Alfa Centauro com seu amigo Paulo Simões e outros companheiros. Com isso, influenciou toda uma geração de músicos Campo Grande, foi de suma importância na transformação musical do então estado Mato Grosso, misturava polcas e guaranias mixándo-as com toques de rock, blues e temperos psicodélicos, tão em moda na época; com estas misturas influenciaram o surgimento de novos ritmos incentivando a ousadia em criar novas linguagens musicais por músicos do Brasil.
Geraldo tem uma identidade que se confunde com a do fronteiriço e sua música fala ao coração e à alma do povo e transcendes as fronteiras.
Som da Concha
No dia 29 de fevereiro, a Comissão de Seleção reuniu-se no Memorial da Cultura para analisar material enviado pelos concorrentes inscritos para o Projeto Som da Concha 2016, tendo como intuito a seleção de 36 atrações musicais, sendo 18 para o show de abertura e 18 para o show de encerramento. Foram recebidas 101 inscrições. Esta primeira fase seletiva estendeu-se até o dia 2 de março.
Nos dias 3 e 4 de março, foi realizada a análise de mérito, no Auditório da sala de Exposições do Museu da Imagem e do Som (MIS), no 3º andar da FCMS. Os selecionados, respeitando rigorosamente os critérios descritos no Edital, e a pontuação alcançada pelos concorrentes são: Show de Encerramento: 1º lugar – Jennifer Magnética, 2º lugar – Marcos Assunção, 3º lugar – Geraldo Espíndola, 4º lugar – Giani Torres, 5º lugar – Santo Chico: 6º lugar – Guga Borba, 7º lugar – Chicão Castro, 8º lugar – Jerry Espíndola, 9º lugar – Brô MC’s, 10º lugar – Haiwanna, 11º lugar – Whisky de Segunda, 12º lugar – Marcelo Loureiro, 13º lugar – Hollywood Cowboys, 14º lugar – Ítalo Cássio, 15º lugar – Banda L.P.N., 16º lugar – Mari Depieri, 17º lugar – Nuno Baes. Show de Abertura: 1º lugar – Púrpura, 2º lugar – Os Filhos de Mato Grosso, 3º lugar – Codinome Winchester, 4º lugar – Luciana Fisher e Ana Paula Soares, 5º lugar – Marcelo Mafili, 6º lugar – Jimmy Andrews, 7º lugar – Banda Diovibe, 8º lugar – Kemp, 9º lugar – Os Alquimistas, 10º lugar – Simão Gandhi, 11º lugar – Monopólio, 12º lugar – Comando Pérola, 13º lugar – Trio Musiato, 14º lugar – Barata Tonta, 15º lugar – Vamoapelá, 16º lugar – Begèt de Lucena, 17º lugar – Tonelada, 18º lugar – Tonho Sem Medo.
Serão 18 shows ao longo do ano, realizados com intervalo de duas semanas entre as apresentações, sempre aos domingos, na Concha Acústica Helena Meirelles, que fica no Parque das Nações Indígenas. A entrada, como sempre, é franca.