Centro de Equoterapia de Aparecida do Taboado é inaugurado com apoio do Senar/MS

Foto: Divulgação

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O sindicato rural de Aparecida do Taboado inaugurou nesta sexta-feira (10), o funcionamento do projeto Passo a Passo, que oferece de forma gratuita, atendimento terapêutico com cavalos para crianças e jovens com deficiência e necessidades especiais. A iniciativa teve início há um ano, por intermédio de um projeto desenvolvido pelo agrônomo Paulo Bózoli e que contou com apoio do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Inicialmente serão atendidos 30 alunos da APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais no município, mas a expectativa é de que o projeto amplie o atendimento para toda comunidade. O espaço onde acontecerão as aulas de equoterapia leva o nome de Iná Cintra Cardoso, em homenagem a uma produtora rural que muito contribuiu para a assistência social da região.

De acordo com o presidente do sindicato rural, Eduardo Sanchez, uma pesquisa realizada no município demonstra que existem mais pessoas necessitando do tratamento e que não tem condições de pagar ou viajar para outras cidades. “Identificamos um público formado por pacientes acamados e vítimas de acidentes com dano neurológico que necessitam da equoterapia. Então nosso objetivo é buscar novas parcerias na iniciativa privada para que possamos multiplicar o atendimento”, argumenta.

Sanches lembra que a união dos produtores rurais possibilitou a realização de um sonho acalentado há muito tempo. “O centro de equoterapia contou com apoio de vários empresários rurais, inclusive com doação de cavalos para começarmos as atividades. Avalio esse movimento como uma prova que a união da nossa classe pode contribuir muito para a melhoria da sociedade”, acrescenta.

A diretora-secretária do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS e coordenadora educacional do Senar/MS, Terezinha Cândido de Souza acredita que o Passo a Passo é uma conquista não só da região, mas de todo Estado de Mato Grosso do Sul. “É motivo de satisfação testemunharmos a implantação de mais um centro de equoterapia que tem apoio da Famasul e Senar/MS. Estamos otimistas que outros sindicatos devem aderir ao projeto e assim, auxiliar muito mais pessoas da comunidade”, aponta.

O superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta explica que o apoio do Senar/MS ao projeto é uma forma de contribuir para o bem estar social da população. “Uma parte dos recursos recebidos pela instituição vem da contribuição dos produtores rurais. Por isso, nosso empenho de desenvolver projetos sociais que possam atender o maior número possível de cidadãos”, argumenta.

Esperança no futuro – A fisioterapeuta Bruna Felix foi a responsável por produzir o projeto com foco no atendimento da Apae em Aparecida do Taboado. Ela destaca que a inauguração do espaço é a realização de um sonho materno. “O que motivou a lutar pelo funcionamento de um centro de equoterapia foi meu filho de seis anos. Ele tem hidrocefalia e não consegue andar, mas, tenho certeza que o tratamento irá auxiliar muito no desenvolvimento psicomotor”, revela.

Já a presidente da Apae, Cristina Pires fala da expectativa em começar o atendimento e o desejo que o trabalho possa alcançar mais pessoas que enfrentam dificuldades de locomoção. “Temos 30 crianças e jovens com problemas neuropsicomotor que participarão inicialmente da terapia, mas a ideia é que possam ser oferecidos mais horários. A principal dificuldade foi superada com o funcionamento do projeto, visto que antes as pessoas que precisavam do serviço tinham de viajar para outras localidades”, complementa.

A dona de casa, Cleonice Zeato de Souza, mãe do Plínio participou da inauguração do Passo a Passo e comentou sua expectativa com o início das sessões. “Meu filho foi diagnosticado com paralisia cerebral com três meses de vida e desde então faz tratamento na Apae. Quando me falaram da equoterapia eu pesquisei sobre o assunto e comprovei o quanto será bom para o desenvolvimento dele”, relata esperançosa.

Outro futuro praticante que aguarda com ansiedade a equoterapia é Renan Henrique da Silva, 23 anos. Bem humorado, o jovem portador de paralisia cerebral explica que frequenta a Apae há nove anos e conta sua experiência com cavalos. “Eu cheguei a frequentar uma escola do ensino regular, mas, não aprendi muito. Foi na Apae que aprendi a ler, escrever e agora estou animado para vir conhecer os cavalos de perto. Eu me lembro que só tive contato quando era menor e foi meu pai que me ajudou”, esclarece. Questionado sobre a terapia ele responde de imediato: “Vai ajudar bastante eu e meus colegas, principalmente aqueles não conseguem andar”.

Sobre a equoterapia –Segundo informações da Ande-Brasil, a equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.

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