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Os Cativantes do Amor ficaram conhecidos no Rio de Janeiro depois que dois dos dezenove integrantes foram entrevistados por uma repórter de um grande jornal. Ângelo Armani e Cris Cavalcante faziam uma intervenção em um ônibus da cidade, em que por coincidência estava a repórter, que encantada com a performance decidiu escrever sobre o projeto. Além dos ônibus, o grupo também leva sua poesia para outros espaços, fazendo visitas em hospitais, creches, asilos, escolas e orfanatos.
Um de seus principais projetos atualmente é a ocupação de um galpão abandonado na região do Batan, no bairro de Realengo, onde um local de venda e consumo de drogas está sendo transformado em um território de arte e vida.
A coordenadora de eventos do coletivo, Dani Minko (27), fala um pouco sobre este trabalho, que além de ser do bem a faz se sentir muito bem:
SALO: Dani, fale um pouco sobre a ocupação no Batan:
DANI MINKO: A nossa ocupação fica em Realengo na Avenida Brasil, altura do nº 28800 – Posto Batan. Lá era ponto de venda e consumo de drogas, havia muitos assaltos e um índice grande de estupros. Nossos artistas ocupam o local para transformá-lo em um centro cultural. Estamos na resistência para não sermos tirados de lá e para que possamos realizar esse maravilhoso sonho. Lá será oferecido gratuitamente para as comunidades um leque de atividades: oficinas de teatro, dança, música, circo, artesanato, poesias, entre outras. Isso atenderá todas as faixas etárias. No momento, o local está sendo reformado e com a ajuda da população estamos indo bem, pois não temos o financeiro para encerrar logo a reforma. Hoje já é oferecido lá toda quarta um sarau de poesias, onde estamos tendo um ótimo envolvimento e participação da população local. Também funcionará em nosso centro cultural uma biblioteca onde serão emprestados livros para comunidades.
SALO: O que é o projeto Cativantes do Amor e quem são seus integrantes?
DANI MINKO: O Cativantes do Amor é um projeto social envolvido com teatro, música, circo, dança e muita poesia onde jovens de 18 a 25 anos se caracterizam e levam tudo para dentro de coletivos em troca de ganhar um sorriso e um abraço.
SALO: Qual a principal dificuldade para a realização das suas ações?
DANI MINKO: Fazer com que as pessoas entendam que estamos na rua para levar um pouco de alegria e calor humano, pois muitas vezes no transporte coletivo, somos confundidos com marginais ou pedintes.
SALO: Que tipo de coisa inesperada já aconteceu?
DANI MINKO: Nossa primeira entrevista para um grande jornal onde a repórter estava no coletivo e veio nos fazer perguntas. Dois dias depois estávamos conhecidos e com grande reconhecimento do nosso trabalho.
SALO: No seu modo de entender qual o papel da arte para a construção de um mundo melhor e como você e o projeto atuam neste sentido?
DANI MINKO: A arte é o melhor caminho para mudar o mundo, pois através da arte conseguimos recuperar e tirar nossas crianças da criminalidade e do tráfico. Nosso projeto luta por esse ideal.
