Prata em Sydney, judoca Carlos Honorato é um dos destaques no revezamento da tocha olímpica em Santos

Suelen Altheman e Carlos Honorato – Foto: Túlio Aurélio

Suelen Altheman e Carlos Honorato – Foto: Túlio Aurélio

Sua conquista foi há 16 anos, um pódio histórico, mas na próxima sexta-feira (22), Carlos Honorato vai reviver uma emoção tão forte quanto a prata na Olimpíada de Sydney. O ex-judoca integra o “time” de condutores da tocha olímpica em Santos, cidade onde mora e continua desenvolvendo o judô. “Não tenho palavras para explicar a felicidade que sinto. Esse convite do revezamento me alegra muito, primeiro porque Santos sempre me acolheu bem”, diz Carlos Honorato. “Tudo isso prova o trabalho que venho fazendo em prol dos atletas da região”, acrescenta o hoje técnico e um dos responsáveis por sedimentar o sucesso olímpico do judô brasileiro.

Além da prata em 2000, ele chegou até as quartas-de-final em Atenas/2004. Também foi bronze no Mundial do Japão, e no Pan-Americano de Santo Domingo, ambos em 2003. Mesmo “aposentando” o quimono em competições, Honorato não abandonou os tatames: é técnico da sua esposa Maria Suelen Altheman, judoca da Unimes e esperança de ouro na Rio 2016.

Tímido e reservado, Honorato não poupa palavras para descrever a sua companheira dentro e fora dos tatames. “A Suelen abre mão de muita coisa para estar sempre no topo mais alto da categoria dela no judô. Ela também tem uma capacidade de superação muito grande, basta ver que ficou praticamente um ano parada por conta de uma lesão e voltou de um jeito único, mostrando um ritmo fora do comum, conquistando pódios em todas as últimas competições. Ela tem uma determinação, uma garra que faz parte dela”, elogia.

A experiência em Jogos Olímpicos contribui para a relação marido-técnico, como ele mesmo descreve. “Como marido, estou fazendo meu melhor possível, dando todo o apoio do mundo para deixar mais tranquila nos Jogos. Como técnico, estarei lá no Rio de corpo e alma, gritando e apoiando muito na torcida”, anuncia o medalhista olímpico, categórico sobre o palpite de resultado. “A medalha já é dela. Tem totais chances de ouro, aliás, é a medalha que ela mais merece. Claro que qualquer outra será muito bem vinda, pois será fruto de toda a dedicação que ela vem tendo”, enaltece.

Carlos Honorato – Foto: Túlio Aurélio

Carlos Honorato – Foto: Túlio Aurélio

HISTÓRIA – Filho de um mecânico de aviação aposentado, eu também lutava judô, Carlos Honorato sempre demonstrou grande talento no esporte e foi exemplo de superação. Em 1994, disputou o Mundial Júnior, no Egito, graças à rifas e festas feitas por amigos da Academia de Judô Vila Sônia, na capital, onde treinava. O esforço foi retribuído com um bronze. Seis anos depois chegou aos Jogos Olímpicos de Sydney, para substituir o titular Edelmar Zanol, que o havia eliminado na seletiva nacional, mas acabou contundido.

Na decisão do ouro, foi derrotado pelo holandês Mark Huizinga. Antes, havia vencido o indonésio Krisna Bayuk, o espanhol Fernando Gonzalez, o japonês Yoshida Hidehiko, então campeão mundial, e o francês Frederic Demont Faucon. Ainda no currículo conta com sete títulos pan-americanos, quatro sul-americanos, seis brasileiros e seis paulistas. Atualmente, além de técnico d Suelen Altheman, dá aulas na Academia Rogério Sampaio, em Santos, e também em Cubatão, em outro projeto do santista ouro em Barcelona.

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