Chegou o Dia Internacional da Amizade, celebrado em 20 de julho. Mas como confiar nas pessoas, ter amigos, diante de um cenário no qual a insegurança tem ganhado espaço?
Andamos pelas ruas olhando para os lados, segurando firme o celular, a bolsa, porque a qualquer momento podemos ser assaltados. São inúmeros e impressionantes os casos de violência exibidos nos telejornais, além daqueles que presenciamos no nosso dia-a-dia.
É uma realidade que se reflete nos relacionamentos e nos leva, muitas vezes, a não confiar nas pessoas nos impedindo de construir laços de amizade.
Foi no dia 27 de abril de 2011, que a Assembleia Geral das Nações Unidas resolveu convidar todos os países membros há celebrarem o Dia Internacional da Amizade, e dentro do tratamento da “Cultura de paz”, se reconheceu “a pertinência e a importância da amizade como sentimento nobre e valioso na vida dos seres humanos de todo o mundo”.
A iniciativa foi apresentada conjuntamente por 43 países, incluindo o Brasil, e foi aceita, unanimemente, pela Assembleia Geral.
Conta-se que esse movimento teve início na Argentina, com o médico, Enrique Febbraro, que considerou a chegada do homem à Lua “um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis”. Por isso, se pensou em um dia para celebrar a importância de se ter amigos.
A Bíblia diz: “Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo. Quem teme ao Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante” (Eclo 6,14-17).
Um dia ouvi de um amigo que eu não precisava me blindar de todos, mas que deveria sim me proteger dos que não me querem bem, que tramam o meu mal, e, principalmente, daqueles que percebo que já praticam o mal contra mim e os meus. O meu afastamento temporário dessas pessoas é saudável, até para ajudá-las a terem a oportunidade de perceber que o que estão fazendo causa feridas em mim.
Mas, revidar, se vingar, se afastar definitivamente de todos não é a solução; se trancar e se isolar do mundo, é utopia. É preciso enfrentar com coragem os relacionamentos que a vida nos impõe. Na vida profissional, não escolhemos nossos colegas de trabalho, mas precisamos conviver com eles, respeitá-los; em nossa família também não escolhemos todos os membros, mas são nossa família. O que se espera de uma pessoa madura, de um ser humano bom é o mínimo de educação e respeito.
Como se diz, “amigos de verdade dá para contar nos dedos”. Que no Dia Internacional da Amizade possamos celebrar a alegria de ter e ser amigo de fazer parte do grupo daqueles que lutam por um mundo melhor, que começa a partir de nós.
Termino discordando do que ouvi muito de um dos meus avós que, brincando, sempre me dizia: “Amigo é dinheiro no bolso”. Não vô amigo, é poderosa proteção, como foi o senhor pra mim durante muitos anos. E quanta saudade eu tenho desse amigo fiel!
*Paula Guimarães é missionária da Comunidade Canção Nova, jornalista, administradora, apresentadora da TV Canção Nova, aluna do curso de mestrado em Comunicação e Semiótica e pesquisadora no grupo de Processos de Criação nas Mídias, pela PUC-SP. É autora do livro “TV Canção Nova- A vida por trás das câmeras”e está lançando seu segundo livro “Como ser feliz em família – 15 passos para encontrar felicidade em seu lar” – Editora Canção Nova.
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