São Paulo (SP) – A disputa que se inicia em Kingston nesta quinta-feira (2/7) está longe de ser inédita para Robert Scheidt, dono de 14 títulos mundiais, 11 na Laser. O último, conquistado em Omã/2013 aos 40 anos, marcou um feito histórico na vela. Desta vez, o retorno ao topo do pódio da competição, principal objetivo da temporada, pode coroar a busca do brasileiro pela sexta medalha olímpica.
O Mundial de Laser de Kingston reunirá 159 competidores no extremo leste do Lago de Ontário, próximo ao rio Saint Lawrence. Para boa parte dos velejadores, a competição será o último grande teste para os Jogos do Rio/2016. Até 8 de julho, estão previstas 14 regatas, duas por dia, divididas entre as fases classificatórias e final, sem medal race. Dois resultados ruins poderão ser descartados, um em cada fase.
“O nível da classe Laser está muito alto. Já não há apenas um ou dois velejadores disputando a ponta, mas vários com chances de medalha. Hoje é normal que todos tenham pelo menos um resultado ruim na primeira parte da competição. Em Kingston, também, dificilmente algum competidor fará apenas boas regatas”, avalia Scheidt. “A competição será muito longa e desgastante, sem dia reserva, e exigirá muito do físico. Os três últimos dias é que devem definir a disputa.”
Desafio em água doce – Foram quase dois meses de preparação no Lago de Garda, na Itália, antes de seguir para o Canadá. Para buscar o 12º título mundial de sua carreira na classe Laser, Scheidt abriu mão das últimas competições e priorizou o fortalecimento físico. De quebra, aproveitou a semelhança entre Garda e o Lago de Ontário, raia da competição canadense. A decisão não só mostrou-se acertada como foi “imitada” por vários dos principais adversários de Scheidt, entre franceses, australianos e croatas, antecipando o clima acirrado que se verá no Mundial.
“Eu competi em Kingston em 1998. A raia da competição tem condições parecidas com as do Lago de Garda, onde já estou bem adaptado, e isso conta a favor”, explica Scheidt. “Depois da Semana Olímpica de Garda, que disputei com o Jean-Baptiste Bernaz e o Nick Thompson, tive a companhia também dos croatas e dos australianos, o que tornou os treinos bem mais intensos.”
O australiano Tom Burton, atual líder do ranking mundial da classe, e o croata Tonci Stipanovic são alguns dos principais adversários de Scheidt em Kingston. Outros nomes fortes estão na disputa: o holandês Nicholas Heiner, campeão mundial de 2014; o cipriota Pavlos Kontides, medalha de prata no Mundial de 2013 e na Olimpíada de 2012; e o alemão Philipp Buhl, vencedor de três etapas da Copa do Mundo nesta temporada. O brasileiro Bruno Fontes também briga pelo título.
Maior atleta olímpico brasileiro
Laser
Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
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