O setor de florestas plantadas de Mato Grosso do Sul ocupa posição expressiva na economia nacional, com 9,9 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, segundo último levantamento do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A maior parte da produção é absorvida por duas indústrias de celulose, localizadas na região Leste do Estado, que tem nos municípios de Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Brasilândia os três principais produtores regionais.
Com objetivo de atender a demanda do setor agroindustrial, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural elabora desde o início do mês duas qualificações profissionais voltadas a Operação de Tratores Florestais e Manutenção / Ajustes dos equipamentos utilizados na produção de florestas tratadas. A equipe responsável está trabalhando para que os cursos possam ser disponibilizados a partir de fevereiro de 2017.
A diretora-secretária do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS e coordenadora educacional do Senar/MS, Terezinha Cândido de Souza, explica que a cartela de cursos da instituição conta com diversas opções de Mecanização Agrícola, porém, o diferencial será por atender especificamente solicitações do setor florestal. “A área florestal está sempre em busca de novidades tecnológicas, por isso procuramos contribuir elaborando qualificações que atendam desde trabalhadores iniciantes até aqueles que buscam reciclar e atualizar os conhecimentos”, ressalta.
Desenvolvimento sustentável – Na avaliação do gestor da Unidade Técnica da Famasul, Justino Mendes, a interlocução direta das indústrias com o Senar/MS possibilitará um atendimento mais eficiente e que contribuirá para o desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários do setor. “O foco dos novos treinamentos alcançará desde o plantio até a colheita e transporte da madeira. Este trabalho feito de forma eficiente aumenta a produtividade e segurança dos trabalhadores, colaborando com a qualidade de vida e o desenvolvimento profissional”, observa.
Segundo o engenheiro agrônomo e instrutor do Senar/MS, David Bambil, o crescimento do cultivo de florestas plantadas ou, ainda, o sistema ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta foram fundamentais para adequação das qualificações, visto que muitos profissionais de propriedades rurais e agroindústrias necessitam se aperfeiçoar na atividade que demanda muita tecnologia. “Em nossa experiência profissional e atendendo diversas demandas do setor agrícola observamos que ainda há várias lacunas de conhecimento que precisam ser preenchidas e os dois cursos irão suprir adequadamente. Isso porque independente do profissional trabalhar numa fábrica de celulose ou em uma fazenda precisará dominar o manejo dos equipamentos de plantio e colheita”, argumenta.
A pedagoga do Senar/MS, Elisa Rodrigues, está responsável pela construção do projeto pedagógico junto com os instrutores especialistas no setor agrícola e reforça que as mudanças nos cursos foram realizadas depois de visitas, reuniões e avaliações prévias. “Recebemos a demanda das indústrias e iniciamos o desenvolvimento do projeto que incluiu uma etapa de imersão, onde nossos técnicos conheceram a realidades, necessidades e dificuldades enfrentadas pelo setor empresarial. O próximo passo foi construir o plano instrucional para que possamos iniciar o atendimento ainda no início de 2017”, conclui.