O Mercado Ki-Frutas, um dos mais tradicionais estabelecimentos comerciais de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, especializado em hortifrutigranjeiros, encerrou oficialmente suas atividades na sexta-feira (23/12), deixando cerca de 70 funcionários sem receber os respectivos salários, direitos trabalhistas e o 13º salário.
De acordo com o que foi apurado pela equipe de reportagem, as duas lojas do Ki-Frutas em Campo Grande (MS) fecharam as portas no final deste ano, devido principalmente a grave crise econômica que assola o país.
Uma funcionária do Ki-Frutas, que pediu para não ter o nome divulgado, relatou que ao chegar para trabalhar no dia 23 deste mês, foi instruída pelo gerente de uma das lojas, para que fosse procurar o escritório de contabilidade da empresa, para que fosse realizado a rescisão do contrato. Ela foi avisada que as lojas estavam encerrando as atividades e que todos seriam dispensados.
Ao chegar ao escritório de contabilidade da empresa, os funcionários disseram a ela que não sabiam da decisão dos donos de fechar as lojas, e que não haviam preparado os documentos de rescisão de contrato de nenhum dos trabalhadores.
“Chegamos no escritório [de contabilidade] e o pessoal de lá disse que nem estava sabendo que eles iam fechar as lojas e que não tinha nenhum documento preparado para fazer o nosso acerto”, relatou a ex-funcionária.
Segundo ela, não foram efetuados os pagamentos do salário deste mês, o pagamento do 13º salário, e nem a rescisão do contrato de trabalho.
Ainda segundo a funcionária, ela tentou diversas vezes entrar em contato com o gerente e os proprietários do Ki-Frutas, mas não obteve retorno. “Eles não atendem o telefone”, disse a agora ex-funcionária.
“Fomos demitidos na véspera de Natal. A loja está fechada e os donos e gerentes desapareceram”, diz a ex-funcionária revoltada.
A primeira loja do Ki-Frutas encerrou as atividades em novembro deste ano, tendo sido demitidos 25 funcionários. Todos tiveram os contratos de trabalho rescindidos e receberam os respectivos salários.
Revoltados com a situação, alguns funcionários do Ki-Frutas decidiram recorrer à Justiça, mas devido ao recesso de fim de ano, as decisões a serem tomadas pelos juízes deve ficar para 2017.
A equipe de reportagem tentou entrar em contato com os proprietários do Ki-Frutas, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.