Scheidt busca quarta medalha de ouro no Pan de Toronto a partir deste domingo

Com apenas quatro dias de descanso após o Mundial, também disputado no Canadá, maior atleta olímpico brasileiro enfrentará principais nomes da América na classe Laser.

Scheidt busca tetracampeonato no Pan – Foto: Luka Bartulovic

Scheidt busca tetracampeonato no Pan – Foto: Luka Bartulovic

São Paulo (SP) – Após um intervalo de oito anos, Robert Scheidt volta aos Jogos Pan-Americanos, neste domingo (12), em Toronto, em busca de sua quarta medalha de ouro na classe Laser. Mais do que o pódio, a disputa ganha contornos de um “tira-teima” para o velejador, 15º colocado no Mundial de Laser de Kingston, também em águas canadenses, nesta quarta-feira (8).

Assim como nas Olimpíadas, onde soma cinco medalhas (dois ouros, duas pratas e um bronze) entre as classes Laser e Star, a trajetória de Scheidt nos Jogos Pan-Americanos é vencedora. O brasileiro foi ao pódio em todas as edições de que participou, sempre na Laser: ouro em Mar del Plata/1995, Winnipeg/1999 e Santo Domingo/2003, prata no Rio de Janeiro/2007.

“O Pan também será disputado no Lago Ontário, e a previsão é de ventos fracos e rondados, o que leva a regatas bem mais técnicas. A competição terá apenas 15 ou 16 barcos”, explicou Scheidt. “Por outro lado, todos os americanos que disputaram o Mundial estarão lá, também. O guatemalteco Juan Maegli, os americanos (Christopher Barnard e Charlie Buckingham), o peruano (Stefano Peschiera), o argentino (Julio Alsogarai, medalha de bronze no Pan de 2007, quando Scheidt ficou com a prata). O nível será bem alto.”

Scheidt quer "tira-teima" em Toronto – Foto: Luka Bartulovic

Scheidt quer “tira-teima” em Toronto – Foto: Luka Bartulovic

A competição em Toronto tem 12 regatas previstas para a classe Laser, divididas entre as fases classificatória e final. No sábado (18), os dez melhores colocados brigam pelo pódio na medal race, valendo pontos dobrados. Para Scheidt, o esforço de disputar o Pan apenas quatro dias após o Mundial em Kingston valerá a pena.

“Eu estaria muito mais chateado se estivesse voltando para casa com um 15º lugar. Agora tenho uma outra competição pela frente, e a chance de mostrar que posso fazer um resultado muito melhor. Estou bem preparado, com boa velocidade no barco e pronto para brigar por mais um título”, garantiu.

Experiência a favor da superação – O vento fraco e inconstante na raia montada no Lago Ontário exigiu doses extras de paciência e estratégia dos velejadores. Com um desempenho irregular, Scheidt chegou ao último dia da fase classificatória do Mundial, no domingo, em 41º lugar. Mas a experiência de quem soma 14 títulos mundiais, 11 deles na Laser, foi fundamental para a virada, nesta quarta-feira (8), quando o velejador venceu uma regata e encerrou a competição na 15ª posição, primeiro entre os brasileiros.

Ventos fracos e rondados complicam regatas no Lago Ontário – Foto: Luka Bartulovic

Ventos fracos e rondados complicam regatas no Lago Ontário – Foto: Luka Bartulovic

“No domingo, tivemos uma brisa muito rondada, vinda de terra, e fiquei do lado errado do vento. Numa competição com flotilha numerosa como a do Mundial, com mais de 50 barcos, a largada é fundamental. E as pequenas decisões tomadas logo após a largada contam muito. Eu entrei na disputa muito bem preparado fisicamente, com um bom volume de treinos. Mas não consegui encontrar soluções no tempo ideal”, explicou o velejador. “Mas resultados ruins são normais em competições de alto nível, não é novidade. É preciso ter paciência e sangue frio, analisar o que dá para melhorar e focar nas próximas provas.”

Scheidt começou a crescer justamente na fase final, quando os 53 melhores velejadores foram reagrupados na flotilha ouro. Na quarta-feira (8), último dia de disputa, venceu uma das regatas e fez um 13º e um 19º nas outras duas, somando 132 pontos perdidos, apenas 35 de desvantagem para o medalhista de bronze, o australiano Tom Burton. “Consegui acertar a largada e velejar melhor, e subi bem na classificação. Sei que poderia ter ido muito melhor, mas agora é pensar em representar bem o Brasil no Pan e buscar mais uma medalha”, reforçou o velejador, patrocinado pelo Banco do Brasil, Rolex, Deloitte e Audi, com os apoios de COB e CBVela.

Scheidt: 15º lugar no Mundial, com vitória e superação – Foto: Luka Bartulovic

Scheidt: 15º lugar no Mundial, com vitória e superação – Foto: Luka Bartulovic

Classificação do Mundial de Laser de Kingston

  1. Nick Thompson (GBR) – 67 pontos perdidos (5+2+6+3+4+1+[24]+7+2+4+[25]+15+18)
  2. Philipp Buhl (ALE) – 93 pp (1+2+1+5+15+5+7+16+15+[27]+13+[48]+1)
  3. Tom Burton (AUS) – 97 pp ([19]+4+2+2+1+11+10+15+[27]+2+16+11+23)
  4. Juan Maegli (GUA) – 105 pp (2+1+1+4+3+15+[30]+28+[54]+33+7+9+2)
  5. Matthew Wearn (AUS) – 106 pp (1+1+[21]+12+2+17+20+[24]+9+11+9+14+10)
  6. Robert Scheidt (BRA) – 132 pp (3+12+26+4+[35]+[35]+14+8+19+13+19+1+13)

Maior atleta olímpico brasileiro

Laser

Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013

*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star

Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*

*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
Mais informações em www.robertscheidt.com.br

Twitter: @robert_scheidt

Facebook: Robert Scheidt

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