Inflação em Campo Grande (MS) encerra o ano em 6,82%

Acumulado é menor que em 2015, mas fica ligeiramente acima do teto estimado pelo governo, informa Nepes da Uniderp.

No grupo alimentação, o alface apresentou elevação de 13,97% – Foto: Álvaro Barbosa

A inflação de 2016 em Campo Grande foi de 6,82%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. A taxa ficou acima do teto de 6,5% e do centro de 4,5% das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e abaixo de 2015, que foi de 11,41%.

Em dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) fechou em 0,39%, quase o dobro do mês anterior (novembro), que registrou taxa de 0,20%. Apesar da forte alta, o indicador é o menor da série histórica para o mês desde 2009, quando houve inflação de 0,15%. De acordo com o coordenador do Núcleo, Celso Correia de Souza, a alta na inflação em dezembro já era esperada, pois é um período de alto consumo em todos os grupos que compõem a inflação de Campo Grande, devido às festas de final de ano, e também ao aumento dos combustíveis autorizados. “O que segurou a inflação foi a volta da bandeira tarifária de energia elétrica para a classificação verde. Não há incidência de nenhuma taxa especial sobre o consumo do serviço”, explica.

Os principais grupos que motivaram o índice de inflação de dezembro são Vestuário, com inflação de 2,07% e contribuição para a inflação de 0,18%, Habitação, com aumento de 0,21% e participação de 0,07%), e Despesas Pessoais, com ata de 0,66% e colaboração de 0,06%).

Acumulado

Com taxa de 6,82% nos últimos 12 meses, os maiores índices acumulados no período por grupo foram: Educação (10,17%), Despesas Pessoais (8,89%), Alimentação (7,69%) e Saúde (7,10%). Os grupos Habitação e Transportes, com índices de 5,39% e 4,47%, respectivamente, ficaram abaixo do acumulado.

“A tendência é que, excluído janeiro, que terá uma alta inflação devido aos aumentos das mensalidades escolares, IPTU e alta das passagens de ônibus urbano, nos próximos meses de 2017, a inflação na cidade deverá ser baixa, acompanhando uma tendência do último ano”, acredita o pesquisador Celso.

Maiores e menores contribuições

Os dez “vilões” da inflação, em dezembro, foram:

  • Tênis, com inflação de 13,96%, e contribuição de 0,12%;
  • Blusa, com inflação de 10,46% e contribuição de 0,10%;
  • Computador, inflação de 4,30% e participação de 0,08%;
  • Diesel, com variação de 2,52% e colaboração de 0,07%;
  • Calça comprida feminina, com acréscimo de 5,06% e contribuição de 0,06%;
  • Sapato masculino, com aumento de 11,86% e participação de 0,5%;
  • Óleo de soja, com variação de 11,32% e colaboração de 0,05%;
  • Ovos, com acréscimo de 15,74% e contribuição de 0,04%;
  • Papel higiênico, com reajuste de 8,18% e participação de 0,03%;
  • Alface, com elevação de 13,97% e colaboração de 0,03%.

Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação no período, com contribuições negativas, foram:

  • Energia elétrica, com deflação de -2,91% e contribuição de -0,15%,
  • Feijão, com redução de -13,76% e colaboração de -0,07%;
  • Alcatra, com diminuição de -4,07% e participação de -0,05%;
  • Pneu, com decréscimo de -3,24% e contribuição de -0,04%;
  • Short e bermuda masculina, com baixa de -6,25% e colaboração de -0,04%;
  • Leite pasteurizado, com diminuição de -2,91% e participação de -0,03%;
  • Costela, com redução de -5,88% e contribuição de -0,03 %;
  • Camisa masculina, com decréscimo de -4,47% e colaboração de -0,03%;
  • Vestido, com queda -4,78% e participação de -0,03%;
  • Sandália/chinelo feminino -10,81% e contribuição de -0,03%.

Segmentos

Em dezembro, o grupo Habitação teve alta de 0,21%, em relação ao mês anterior, motivada principalmente pelo aumento do preço do álcool para limpeza (8,72%), lustra móveis (8,02%), fogão (7,44%), entre outros com menores aumentos. Quedas de valores ocorreram com forno micro-ondas (-8,63%), inseticida (-5,52%), energia elétrica (-2,91%), entre outros.
O grupo Alimentação fechou com alta de 0,12%. As maiores elevações de preços ocorreram com repolho (37,91%), cenoura (30,12%), alho (29,86%), entre outros. Já o limão (-25,99%), goiaba (-16,01%) e maracujá (-14,90%) registraram as maiores quedas.

Com relação as carnes, dos 15 cortes bovinos pesquisados pelo Nepes da Uniderp, seis deles apresentaram altas nos preços. São eles: picanha (11,92%), filé mignon (2,91%), lagarto (0,53%), vísceras de boi (0,43%), contra-filé (0,14%) e fígado (0,04%). O cupim ficou estável e outros oitos cortes tiveram quedas: ponta de peito (-8,09%), paleta (-6,21%), costela (-5,88%), alcatra (-4,07%), patinho (-3,74%), coxão mole (-3,43%), acém (-2,88%) e músculo (-2,11%). Quanto aos cortes suínos, o preço da bisteca caiu (-4,18%) e o valor do pernil diminuiu -0,66%. Já a costeleta registrou alta de 4,96%. Os miúdos de frango tiveram queda de -5,02% e o preço do frango congelado caiu -1,87%.

O índice do grupo Transportes ficou em 0,26%. Óleo diesel (2,52%), passagem de ônibus interestadual (1,90%) e automóvel novo (0,42%) foram os principais aumentos. Já, queda de preço ocorreu com pneu novo (-3,24%).

O grupo Educação apresentou alta de 0,21%, por conta do aumentos de preços em produtos de papelaria de 2,03%.

Grande elevação foi constatada com o grupo Despesas Pessoais, que fechou o mês em 0,66%. Papel higiênico (8,18%), hidratante (2,99%), produto para limpeza de pele (2,97%) foram os itens com as maiores altas. Quedas ocorreram com sabonete (-1,58%) e fio dental (-0,53%).

Já com o grupo Saúde, houve uma pequena queda -0,01%, devido às reduções de preços de vitamina e fortificante (-0,23%) e anti-infeccioso e antibiótico (-0,03%).

Último grupo pesquisado, Vestuário registrou elevação de 2,07%. Entre os principais aumentos estão: tênis (13,96%), sapato masculino (11,86%) e blusa (10,46%). Quedas de preços ocorreram com sandália/chinelo feminino (-10,81%), short e bermuda masculina (-6,25%), bermuda e short feminino (-5,77%), entre outros.

IPC/CG

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG.

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