Falsa virose em lavouras de soja do centro-sul do Estado deixa produtores em alerta

Fundação MS realizou estudo que identificou sintomas de falsa virose em propriedades de municípios como Maracaju, Rio Brilhante e Amambai.

Sintomas de falsa virose em plantas de soja e em reboleiras de talhão cultivado com a cultivar M-6410 IPRO em Amambai, MS, na safra 2016-2017. Foto – Fundação MS/Divulgação

Um fenômeno peculiar deixou produtores de soja em alerta nos últimos meses de 2016 em Mato Grosso do Sul. As baixas temperaturas registradas neste período provocaram o que alguns especialistas chamam de “falsa virose da soja”, principalmente no centro-sul do Estado, em municípios como Maracaju, Rio Brilhante e Amambai. O fato foi identificado durante estudo realizado por pesquisadores da Fundação MS durante o mês de dezembro do ano passado, e os resultados foram divulgados nesta semana.

O pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli, explica que a preocupação surgiu pelo fato de os sintomas serem muito parecidos com os de uma virose. Assim que os indícios do problema surgiram, produtores, mantenedores da instituição e assistências técnicas conveniadas entraram em contato com a entidade, em busca de uma solução e, também, para que sejam dadas orientações corretas sobre como lidar com os casos.

A partir disso, os pesquisadores começaram a fazer os experimentos. A ideia é simples: algumas plantas de soja foram colocadas dentro de uma geladeira por algumas horas, para que o comportamento delas em relação a temperatura fosse observado. “Inicialmente, surgiram muitas dúvidas se os sintomas observados eram nematoides, mancha de fertilidade do solo ou outra doença, mas, a partir dos estudos, ficou bastante nítido que a causa da aparência diferenciada nas plantas era o frio mesmo”, explica Grigolli.

Após 12, 24, 36 e 48 horas de exposição das plantas ao estresse térmico, foram feitas as avaliações. Na última avaliação, os sintomas apresentaram-se de forma mais visível nas folhas, por meio de uma escala de 1 a 5, onde 1 indica ausência de injúrias e 5 representa injúrias mais severas nas folhas das plantas.

De acordo com dados apresentados no estudo, temperaturas abaixo de 10 graus podem inviabilizar o cultivo da oleaginosa, e acima de 40 graus pode gerar consequências na floração e redução da capacidade de retenção das vagens. Já quando os termômetros indicam temperaturas abaixo dos 13 graus, há inibição da floração das plantas de soja. As regiões com temperaturas entre 20 e 30 graus são as que mais favorecem a adaptação da cultura da soja.

Para evitar novos problemas nas lavouras, uma das sugestões é que o sojicultor continue trabalhando com variedades que sejam conhecidas e recomendadas para cada região. Por enquanto, ainda não há estudos que indiquem, de imediato, em que grau esse problema poderá influenciar na rentabilidade da soja. “Porém, se as plantas forem expostas por um longo período a temperaturas inadequadas, isso certamente pode trazer consequências na produtividade”, comenta o pesquisador.

O estudo foi conduzido pelos pesquisadores José Fernando Grigolli, Mirian Grigolli, Douglas Gitti, André Lourenção e Alex Melotto e já está disponível para consulta no link http://www.fundacaoms.org.br/resultado-de-pesquisa-estresse-termico-por-frio-em-plantas-de-soja-em-mato-grosso-do-sul.

Fonte: Sato Comunicação

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