São Paulo (SP) – Robert Scheidt encerrou sua primeira competição na classe 49er longe do pódio, mas bastante satisfeito. Ao lado do proeiro Gabriel Borges, o bicampeão olímpico terminou a participação no Miami Mid Winters em 11º lugar e com a sensação de missão cumprida. Os brasileiros usaram a disputa no City of Miami Regatta Park, nos Estados Unidos, como preparação para a etapa de Miami da Copa do Mundo, de 22 a 29 de janeiro. “Estamos em uma curva ascendente e vamos trabalhar nos próximos dias para velejar em um nível ainda mais alto na próxima semana”, disse Robert.
Nesta segunda-feira (16), a dupla brasileira mostrou regularidade. Cruzou a linha de chegada na 4º colocação na primeira regata, repetindo o melhor resultado do dia anterior. Na sequência, conseguiu um 6º e um 9º lugares. Com os resultados, Scheidt e Borges terminaram a uma posição do top 10, com 116 pontos perdidos. O título ficou com Diego Botin/Santi López, que lideraram a competição desde o primeiro dia, com 28 pontos. No total, 17 barcos participaram da classe 49er no Miami Mid Winters.
“Finalizamos a Mid Winters em 11º lugar, terminando as últimas três regatas entre os dez primeiros. Foi uma pena termos sofrido com as quebras da estreia. Se não tivéssemos perdido quatro regatas, acredito que teríamos conseguido uma melhor colocação. Mas independentemente disso, foi ótimo ter feito essa competição para ganhar ritmo, ver como são as largadas, a dinâmica da flotilha e a tática da regata, que é muito diferente do que eu estou acostumado. O mais importante é que sentimos ter melhorado a cada dia”, afirmou Robert, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex, com os apoios de COB e CBVela.
Novo desafio – Após o quarto lugar nos Jogos do Rio de Janeiro, Robert decidiu, aos 43 anos, encarar o desafio de velejar em um barco maior, mais veloz e com estratégias diferentes das classes Star e Laser, que o consagraram no mundo do iatismo. Após a Mid Winter e a Copa do Mundo, ambas em Miami, a nova dupla pretende participar da Copa Brasil, em Porto Alegre e, a partir de abril, investir mais tempo em treinamento, desta vez na Europa.
O desafio na 49er abre a possibilidade de um novo ciclo olímpico até os Jogos de Tóquio. “Sempre imaginei que a Rio/2016 fosse a minha última Olimpíada. Eu estava sem definição do que iria fazer quando o Gabriel me ligou perguntando se eu gostaria de testar o 49er. E pensei: ‘Por que não tentar uma categoria nova?’ Ainda tenho lenha para queimar e essa é uma nova motivação. Vamos em frente e deixar as coisas acontecerem até decidirmos se essa empreitada pode se transformar em ciclo olímpico”, contou o maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos, com cinco pódios.
Maior atleta olímpico brasileiro
Cinco medalhas:
Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze: Londres/2012 (Star)
176 títulos – 86 internacionais e 90 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos neste ano.
Laser
Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
Mais informações em www.robertscheidt.com.br
Twitter: @robert_scheidt
Facebook: Robert Scheidt