Showtec 2017: Tecnologia rural e participação dos jovens no agro em MS inspiram estudante africano

Edvin Borges, acadêmico de Sistema de Informação e Gestão do Agronegócio em Guiné-Bissau, República Africana – Foto: Divulgação

Edvin Borges tem 25 anos e é acadêmico de Sistema de Informação e Gestão do Agronegócio. Poderia ser um currículo aparentemente comum, se não fosse ter nascido em Guiné-Bissau, República Africana, e há seis anos ter escolhido o Brasil, mais precisamente Mato Grosso do Sul, para morar e obter conhecimento. “Cheguei no país e com o tempo me apaixonei pelo agro. Quero entender este campo dentro e fora da porteira e levar o aprendizado para onde nasci”, ressalta. O estudante participou do Encontro Jovens da Agropecuária, realizado pelo MNP – Movimento Nacional dos Produtores Rurais, Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS e Fundação MS, no primeiro dia de Showtec 2017, em Maracaju.

Borges não é de família rural, mas nasceu em um país agrícola. Segundo o jovem, os familiares ainda não perceberam o potencial que tem a terra. “Em Guiné-Bissau a economia é precária e não existe o investimento de tecnologia como tem aqui e a evasão dos jovens é intensa. No Brasil é mais forte a participação deste público que já nasce com a genética do produtor. A cultura é diferente, há investimento na preparação dos jovens, sinal que o setor acredita neles, por isso, quero entender melhor deste universo, ter a ‘visão de pássaro’ e me identifico com o mercado financeiro”, acrescenta.

De acordo com o diretor executivo do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Lucas Galvan, que participou do debate realizado no Encontro, a atuação dos jovens no agro vai além dos negócios comerciais. “Trabalhar em empresas renomadas e multinacionais é o foco de muitos jovens, mas também precisamos atuar como representantes institucionais, conhecer o setor e entender a cadeia produtiva. É preciso ter inteligência emocional e autoconhecimento. Não é necessário ser bom em tudo, mas sim ser dez no que você é bom”, destaca.

O papel dos jovens no meio rural é trazer novas técnicas para produção e gestão. A afirmativa conduziu a palestra ministrada pelo consultor e gestor de empresa rural, Arthur Falcette. “Falta experiência e sobra oportunidade para buscar experiências na atividade rural. A aquisição de conhecimento envolve iniciativa e criatividade e a tecnologia acaba sendo mais atrativa para permanecer na propriedade. A nossa missão é participar, discutir, oxigenar e trazer novas técnicas, fazer coisas diferentes do convencional”, explica.

Outro assunto abordado durante o Encontro foi o protagonismo do jovem nos negócios rurais e compara as transformações a uma esteira. “Estamos lidando com jovens e eles passaram por transformações muito maiores do que os pais e avós deles. Certamente quando nós olhamos os números alcançados pelo agro há dez anos e comparamos com os números de hoje notamos a transformação. O jovem imagina o absurdo e torna-o real. O mundo é uma esteira se ficar parado ela vai te derrubar”, ressalta.

É a primeira edição especial do Encontro Jovens da Agropecuária que pretende percorrer ainda este ano os municípios de Dourados e Três Lagoas. “Queremos impactar e sensibilizar o jovem para o empreendedorismo e adquirir uma carreira profissional, de formar lideranças, a proposta é de trazer referência de quem já está colhendo os frutos pelo esforço”, conclui a presidente do MNP Jovem, Amanda Rocha.

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