A finalidade deste artigo é a de informar à família, de maneira clara e objetiva, quanto ao uso do álcool.
A bebida alcoólica, parece sempre levar ao êxtase. Uma roda de amigos, uma festa de familiares, um “happy hour”, enfim, tudo basta para o começo. Não quero me ater aqui, naquele que bebe esporadicamente, mas naquele que fez da bebida um meio de vida, naquele que “fica de fogo” todos os dias.
O álcool presente nas bebidas alcoólicas é o etanol, produzido pela fermentação ou destilação de vegetais. Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central, provocando mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.
É uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. A ingestão de álcool provoca diversos efeitos que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos, podem aparecer os efeitos estimulantes, como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a surgir os efeitos depressores, como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é exagerado, essa consequência fica exacerbada, podendo até mesmo provocar o estado de coma.
O alcoolismo, do ponto de vista médico, é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, na qual o usuário torna-se progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada.
Quais os efeitos do álcool?
Em pequenas quantidades, o álcool promove uma desinibição, mas com o aumento desta concentração o indivíduo passa a apresentar uma diminuição da resposta aos estímulos, fala pastosa, dificuldade à deambulação entre outros.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber.
Um outro exemplo, está relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool. Outros fatores estão associados ao metabolismo do indivíduo, vulnerabilidade genética, estilo de vida e o tempo em que o álcool é consumido.
Indivíduos que fazem uso crônico de grandes quantidades de álcool, com o passar do tempo, podem desenvolver complicações em diversos órgãos tais como: esofagites, gastrites e úlcera; esteatose, hepatite e cirrose hepática; pancreatite; deficiências vitamínicas, demência e câncer.
Indivíduos que bebem eventualmente, mas que exageram nestas ocasiões, podem vir a ter problemas legais, de saúde ou familiares decorrentes deste uso.
A dependência ocorre, quando o consumo de determinada substância é compulsivo, ou seja, o comportamento do usuário está fundamentalmente voltado para o impulso de ingerir o álcool, continuamente ou periodicamente, com a finalidade de obter um estado de alteração da consciência, prazer, evitação ou diminuição de sintomas de abstinência e cuja intensidade é capaz de ocasionar problemas sociais, físicos e ou psicológicos.
Os casos de abuso, dependência ou abstinência do álcool devem ser tratados.
Como reconhecer a doença?
O que define o alcoolismo é a perda de controle no padrão de consumo das bebidas alcoólicas.
O alcoólatra pode ser identificado quando passa a deixar relações profissionais e afetivas em segundo plano; demora mais tempo para ficar embriagado, pois começa a se acostumar com o efeito do álcool, além de apresentar tremores e alucinações.
O fator genético, quando há incidência de casos de alcoolismo em parentes próximos, a depressão, ansiedade e problemas familiares são considerados os principais desencadeadores da doença.
Para quem quer dar um basta na embriaguez existem terapias, substâncias que provocam mal-estar em contato com o álcool, homeopatia, e medicamentos. As drogas podem ter dois princípios: tirar a vontade de encher o copo ou eliminar o prazer de degustar um drinque. Mas o que conta muitos pontos a favor do alcoólico é a velha e boa força de vontade.
Pode ser muito difícil conviver com um familiar que tem problemas com bebida. Ao invés de tentar controlar esta pessoa ou encobrir o problema, o melhor é encorajá-la a buscar tratamento médico. Ainda que seu familiar se recuse a pedir socorro, pode ser importante você ir atrás de ajuda e suporte para você mesmo.
Qual é o melhor momento de procurar ajuda?
Reconhecer que a bebida se converteu em um problema e que não consegue mais beber normalmente é uma das grandes dificuldades de um alcoolista.
O alcoolista é a única pessoa que poderá dizer se deve ou não procurar um grupo de ajuda ou um tratamento especializado.
Como é o tratamento do alcoólatra?
Não existe cura para o alcoolismo, como em qualquer outro caso de dependência química. O que existe é tratamento. Na grande maioria dos casos, o próprio paciente não consegue perceber o quanto está envolvido com a bebida, tendendo a negar o uso ou mesmo a sua dependência pela mesma.
Nestes casos, pode-se começar o tratamento ajudando o paciente a reconhecer seu problema e a necessidade de tratar-se e de tentar abster-se do álcool. A indicação de internação, pelo menos como fase inicial de desintoxicação, costuma ser a regra. Existem muitas evidências de que os tratamentos comportamentais cognitivos que objetivam a melhora do autocontrole e das habilidades sociais levam consistentemente à redução do alcoolismo.
Geralmente realizada por alguns dias sob supervisão médica, permite combater os efeitos agudos da retirada do álcool. Dados os altíssimos índices de recaídas, no entanto, o alcoolismo não é doença a ser tratada exclusivamente no âmbito da medicina convencional.
Depois de controlados os sintomas agudos da crise de abstinência, seja por meio de internação ou através de tratamento ambulatorial, os pacientes devem ser encaminhados para programas de reabilitação, cujo objetivo é ajudá-los a viver sem álcool na circulação sangüínea, como os grupos de auto-ajuda. É preciso lembrar que as recaídas são comuns nos pacientes alcoolistas.
Fonte: www.obid.senad.gov.br, www.alcoolsm.com.br