Durante a tarde desta quinta-feira (9) e na manhã desta sexta (10), pesquisadores da Fundação MS deram sequência ao roteiro tecnológico intitulado como “Expansão agrícola em áreas de pastagem em Mato Grosso do Sul”. O tema foi conduzido durante a Dinapec 2017, realizada pela Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, e contou com a participação de produtores rurais, técnicos e acadêmicos. Variedades de soja e suas características foram apresentadas aos participantes.
De acordo com o pesquisador da área de fitotecnia soja da Fundação MS, Carlos Pitol, a oleaginosa é uma das culturas que mais se adaptam ao projeto de melhorar a produtividade da pastagem. Para garantir a expansão de novas áreas, é preciso que o produtor rural fique atento a determinados fatores, como condições climáticas, solo, resistência das variedades em relação a pragas e doenças, bem como época de semeadura. Segundo Pitol, a escolha deve ser feita tendo em vista a realidade de cada local.
Na Capital, o padrão de solo é de boa fertilidade. Já na parte leste do Estado, por exemplo, os solos são mais arenosos, onde sofrem mais com falta de chuvas. “O plantio direto e integração lavoura-pecuária são formas de recuperar a fertilidade do solo e aumentar a oferta de forragem para o gado. Em relação às variedades de soja, é preciso saber escolher de acordo com os fatores apresentados em cada região”, orienta Pitol.
Durante o roteiro tecnológico, algumas cultivares do grão foram apresentadas. Os ensaios foram cultivados sob os cuidados da Fundação MS, na unidade de pesquisa, validação e transferência de tecnologias em sistemas de produção integrados na área da Embrapa, em Campo Grande. Os resultados expostos são frutos do convênio de cooperação técnica, assinado em 2015 entre as duas instituições.
Entre as variedades, está a BRS 388 RR, que possui alto potencial produtivo e excelente estabilidade em diferentes épocas de semeadura e ambientes de produção. Além disso, a cultivar é resistente a algumas doenças, como cancro de haste. No entanto, mostra-se suscetível ao nematoide de galha, o que inspira cuidados do sojicultor. Outro exemplo é a BRS 1001 IPRO, também com potencial produtivo, porém, mais sensível a seca e, além disso, exige um solo mais fértil.
Variedades como TEC 7849 IPRO, de ciclo médio, apresentaram bom desempenho no solo campo-grandense e em Sidrolândia. A Brasmax Potência RR também está entre os exemplares estudados, bem como a Brasmax Valente – esta, por exemplo, se destaca por tolerar acidez e se comporta bem em áreas de abertura e úmidas.
O evento também colocou em pauta os assuntos “Calagem e fosfatagem para a implantação da soja” e “Inoculação da soja para plantio em áreas de pastagens”. Os temas foram ministrados pelo pesquisador da área de manejo e fertilidade do solo, Douglas Gitti. Os ensaios conduzidos em 2015 na Estação Experimental de Campo Grande foram comparados com os de 2016, onde foi observado uma mudança de comportamento por meio do uso de novos materiais de soja no segundo ano de estudos. “A escolha correta dos materiais é fundamental para áreas de abertura”, destaca o pesquisador.
O controle de praga e doenças na cultura da soja também foi discutido. O tema foi ministrado pelo pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli, que ressalta a importância de observar quais produtos utilizar com a finalidade de evitar problemas na lavoura. Monitoramento constante no plantio é outra recomendação sempre recorrente ao produtor do grão.
As pesquisas foram conduzidas pela instituição para detectar a possível ocorrência de pragas e doenças que podem ser encontradas na safra. A partir do momento em que os focos são encontrados, as equipes de trabalho realizam testes de produtos para a eficiência de controle diante de cada situação.
Fonte: Sato Comunicação