O atual secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, que em breve vai liderar também a pasta de Produção e Agricultura Familiar, integrando a Agência Estadual de Defesa Sanitária, Animal e Vegetal (Iagro) e a Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), na SEMAGRO, Secretaria de Meio Ambiente e Agronegócio, reuniu-se com produtores rurais para esclarecer informações sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Entre os dados, o adiamento do cadastro para 31 de dezembro deste ano e a metade das propriedades rurais de MS que ainda não se cadastraram. A reunião aconteceu nesta segunda-feira (13), na sede do Sindicato Rural de Campo Grande.
“Das 80 mil propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, passíveis de realizar o CAR, cerca de 50% realizaram. Precisamos de celeridade para nos ajustarmos juridicamente,” afirmou Verruck aos mais de 100 produtores rurais presentes na reunião.
Segundo o secretário o Governo do Estado de MS comprou imagens de satélite capazes de avaliar o histórico de coberturas de áreas, em uma altura de até 50 centímetros do solo. “É uma precisão impressionante que vai contribuir para compararmos dados declarados pelos produtores. Com essas imagens, conseguimos identificar o que é mata nativa e o que não é, o que é pastagem ou outra cultura”, explica Verruck, ao classificar que o sistema de cadastro de MS como o mais avançado do Brasil.
Para o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande (SRCG), Ruy Fachini Filho, além do CAR é necessário o apoio ao produtor para esclarecer informações sobre as Cotas de Reserva Ambiental, principal tema da reunião com os produtores. “Reunimos os produtores com a finalidade de muní-los com informações, garantindo que eles cumpram com os deveres ambientais, podendo assim garantir sua segurança jurídica no que tange suas propriedades”, destaca. “Há uma preocupação com a comercialização de cotas ambientais, mas antes desta fase, temos muita lição para por em prática”, completa.
Palestra
Após os apontamentos do secretário e do presidente do SRCG, o diretor de licenciamento do Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul), Ricardo Eboli, palestrou e tirou dúvidas sobre possíveis transferências de cotas entre produtores e os tamanhos permissíveis. “Cotas de Reservas Ambientais são áreas cobertas por vegetação nativa, que podem compensar a falta de Reserva Legal. Propriedades que excedem Reserva Legal, poderão, em breve, negociar com outras que não possuem o mínimo exigido” esclareceu Eboli durante o evento.
Segundo dados apresentados na palestra no Brasil o percentual de uma Reserva Legal em uma propriedade, pode variar de 20% a 80%, dependendo muito da região em que está localizada a propriedade, e do Bioma que corresponde.