Alimentação pesou na inflação de fevereiro na Capital

Índice do grupo ficou em 0,74%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp.

Foto: Álvaro Barbosa

Em fevereiro, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) fechou em 0,27%, 0,16% menor que o mês de janeiro, quando ficou em 0,43%. No comparativo entre a série histórica dos meses de fevereiro, é a menor taxa desde 2013 (0,19%), segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp.

O preço da Alimentação foi o principal responsável, de acordo com o coordenador do Núcleo, Celso Correia de Souza, já que o grupo teve a maior taxa entre os demais grupos pesquisados. Os principais responsáveis pela inflação do mês passado foram: Alimentação, com índice 0,74% e contribuição de 0,15%; Vestuário, com alta de 1,51% e contribuição de 0,13%; Habitação, com 0,07% e contribuição de 0,02%; e Saúde, com inflação de 0,02% e contribuição de 0%.

Deflações foram identificadas com: Despesas Pessoais, que registrou -0,27% e colaborou com -0,02%; Educação, que caiu-0,08% e contribuiu com -0,01%; e Transportes, que reduziu -0,04% e cooperou com -0,01% no cálculo da taxa mensal.

“De algum modo, a redução do índice já era esperada, pois, o mês de fevereiro é um período em que o consumidor está colocando a sua vida financeira em dia, se recuperando dos gastos de final de ano, mensalidades escolares e outros impostos que incidem no mês de janeiro”, analisa o professor.

Acumulado

A inflação acumulada nos últimos doze meses, em Campo Grande, é de 5,09%, índice acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%, mas abaixo do teto de 6,5%, definido pelo órgão. Registraram os maiores índices no período: Vestuário (11,65%), Transportes (5,36%) e Alimentação (5,11%).

No acumulado de 2017, ou seja, em dois meses, a inflação registrada foi de 0,70%, taxa muito baixa quando comparada com anos anteriores. Na avaliação do pesquisador da Uniderp, se continuada essa tendência, “a inflação ficará próxima ao centro da meta, sinalizando sucesso do governo com as medidas econômicas tomadas”.

Maiores e menores contribuições 

Os dez “vilões” da inflação, em fevereiro, foram:

  • Laranja Pera, com inflação de 48,36% e contribuição de 0,08%;
  • Alcatra, com inflação de 6,10% e contribuição de 0,08%;
  • Aparelho de som, inflação de 17,68% e participação de 0,07%;
  • Contrafilé, com variação de 8,98% e colaboração de 0,05%;
  • Tênis, com acréscimo de 4,80% e contribuição de 0,04%;
  • Blusa, com aumento de 4,23% e participação de 0,04%;
  • Vestido, com variação de 5,46% e colaboração de 0,03%;
  • Açúcar, com acréscimo de 4,77% e contribuição de 0,02%;
  • Linguiça, com reajuste de 11,17% e participação de 0,02%;
  • Cinema, com elevação de 3,23% e colaboração de 0,02%.

Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação no período, com contribuições negativas, foram:

  • Refrigerador, com deflação de -5,79% e contribuição de -0,03%,
  • Tomate, com redução de -12,07% e colaboração de -0,03%;
  • Televisor, com diminuição de -3,92% e participação de -0,02%;
  • Sapato masculino, com decréscimo de -3,70% e contribuição de -0,02%;
  • Leite pasteurizado, com baixa de -1,50% e colaboração de -0,02%;
  • Cebola, com diminuição de -15,63% e participação de -0,02%;
  • Sabonete, com redução de -2 ,80% e contribuição de -0,02%;
  • Camisa masculina, com decréscimo de -2,34% e colaboração de -0,01%;
  • Mamão, com queda -15,01% e participação de -0,01%;
  • Abóbora com baixa -19,40% e contribuição de -0,01%.

Segmentos

Em fevereiro, o grupo Habitação teve alta de 0,07%, em relação ao mês anterior, motivada, principalmente, pelo aumento de produtos de uso doméstico, como limpa vidros (6,71%), esponja de aço (1,90%), detergente (1,76%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com forno micro-ondas (-5,91%), refrigerador (-5,79%), televisor (-3,92%), entre outros.

O grupo Alimentação apresentou forte alta, fechando o mês em 0,74%. As maiores elevações de preços ocorreram com: laranja pera (48,36%), manga (18,67%), cenoura (13,70%), entre outros. As principais reduções de valor foram constatadas com: limão (-35,21%), abóbora (-19,40%), cebola (-15,63%).

De acordo com o coordenador do Nepes da Uniderp, esse grupo sofre influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alimentos como verduras, frutas e legumes. “Alguns desses produtos aumentam de valor ao término das safras, outros diminuem seus preços quando entram na época de colheita. Quando o clima é desfavorável há elevação de preço e quando é favorável ocorre o feito inverso”, diz Celso Correia de Souza.

Dos 15 cortes de carnes bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, oito deles apresentaram quedas de preços e um ficou estável. São eles: filé mignon (-4,97%), cupim (-2,86%), coxão mole (-1,76%), patinho (-1,61%), fígado (-1,58%) costela (-0,27%), paleta (-0,15%), picanha (-0,12%) e acém (0,00).“Apesar do baixo consumo, o valor da carne tem oscilado muito, um problema que pode ser atribuído à falta de bois gordos para preencherem as pautas dos frigoríficos”, contextualiza o professor.

Já os que tiveram aumento de valor, são: contrafilé (8,98%), alcatra (6,10%), músculo (5,12%), lagarto (3,95%), ponta de peito (3,56%) e vísceras de boi (0,09%). Em relação ao frango, os miúdos registraram alta de 1,71% e a versão congelada permaneceu com o preço estável. Quanto aos cortes de carne suína, os três cortes pesquisados sofreram aumentos de preços: pernil, com alta de 6,02%; bisteca, com elevação de 0,71%; e costeleta, com 0,65%.

Registrando queda em fevereiro, estão os grupos Transportes, Educação e Despesas Pessoais, com índices de -0,04%, -0,08% e -0,27%, respectivamente.

Já o grupo Saúdeapresentou altade 0,02%, devido ao aumento de valor de itens como material para curativo (1,24%) e analgésico e antitérmico (0,09%). Queda de preço ocorreu somente com vitamina e fortificante (-0,02%).

Completando o estudo, o Vestuário também registrou elevação em fevereiro: 1,51%. Entre os principais aumentos, destaque para sandália/chinelo masculino (6,07%), vestido (5,46%) e camiseta feminina (4,84%). Quedas de preços ocorreram com: bermuda e short feminino (-7,19%), sapato masculino (-3,70%), camisa masculina (-2,34%), entre outros.

IPC/CG

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG.

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